Capítulo 27

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CHRISTOPHER UCKERMANN

Namorar Dulce, foi o passo mais certo que dei em minha vida.
Já fazia um mês desde que a pedi em namoro e eu me sentia como nunca antes, na verdade só me senti assim quando estávamos casados. Mas agora era diferente, era real e certo. Eu tinha certeza.
Quando a via, minhas mãos suavam, me sentia todo tenso, como nunca me senti nem quando apresentei alguns dos meus vinhos em outros países.
Aquela mulher mexia tanto comigo. Poderia dizer com certeza, que ela me tinha na palma das mãos.

Tinha uma surpresa para ela essa noite. Já havia cantando aquele dia em que estávamos indo para a Vinícola, mas hoje era a primeira vez que eu cantaria para ela, uma das músicas que escrevi. Por mais que eu tivesse praticado muito, ainda estava tenso.
A ideia era de Anahí, eu queria fazer alguma coisa que deixasse Dulce emocionada, para que ela soubesse que estou completamente apaixonado por ela. Que eu a amo, como nunca amei outra. Em parte também gostaria de fazer isso, porque Dulce estava muito estranha comigo, parecia constantemente insegura e quando a questionava, ela dizia que não era nada, mas eu sabia que era...
Foi quando minha brilhante amiga Anahí, tirou das cinzas a composição que fiz no dia em que Dulce me deixou na praia. Una Canción e eu a cantaria essa noite.

Mais tarde naquele dia...

Passei na casa de Dulce para buscá-la às 20h. Era incrível como ela conseguia cada vez mais, me arrancar suspiros e ouso dizer que ela tem mostrado um brilho diferente de uns dias para cá. Não sei o que é, mas sua pele e seu cabelo estão radiantes. Pode ser coisa da minha cabeça, por conta dos meus sentimentos, mas era notável.

Seguimos para casa da Any em meu carro, Dulce estava um pouco calada, o que não era normal, porque ela costumava ser muito comunicativa.

– Você está bem, meu amor?

– Estou sim, Chris. Por quê?

– Estou te achando muito calada... Te fiz algo?

– Não, não foi você, Chris... Eu não sei, acho que estou cansada ou é a tpm... Deve ser isso.

– Se eu soubesse, poderia ter deixado o jantar na Any para outro dia...

– De jeito nenhum, vai ser bom ver meus amigos e depois, você poderia bem dormir em casa, não é?

– Acho justo, podemos passar até em um mercado antes comprar alguns chocolates, o que acha?

– Acho que dependendo do meu relógio biológico, alguém pode ser muito bem recompensado hoje.

– Estou adorando o rumo dessa conversa, María.

– Mas isso, depois Ucker... Vamos nos concentrar no jantar na Any, ela me disse que chamou Maite e Christian, era uma boa hora para vocês se resolverem, não acha?

– Estou disposto a isso, só não sei se Maite está.

Encostei no meio fio perto da casa de Anahí e Alfonso.

Todos estavam ali, quando chegamos. Anahí, ou Carmen, como gostamos de chamar, já estava querendo se manifestar, porque ela deixou vários shots de bebida na mesa.
Enquanto todos estavam distraidos, inclusive minha Dulce, fui até o segundo ambiente da sala, e ascendi as luzes.

Anahí já tinha deixado tudo pronto, violão, bancos e microfones.

Sentei na banqueta e peguei meu violão na mão, pedi a todos no microfone:

– Um momento de atenção, galera. Gostaria que todos pudessem ouvir o que tenho a dizer, ou melhor, a cantar. Em especial você, Dulce. Para você, eu canto uma canção.

Dulce veio correndo até o meu lado e pediu um outro microfone.

– Na verdade, Christopher... Também quero cantar. Anahí me mostrou essa canção e por estar cifrada, acho que podemos cantar juntos... Era uma surpresa também.

– Anahí realmente é ótima em surpresas. Vem cá então, senta do meu lado. Mesmo que já saiba como é, espero que goste.

– Estou doida para ouvir sua voz de novo, meu amor.

Sorri meio tímido para ela, e abaixei o olhar para meu violão. Comecei a dedilhar.

–  Hay unas que llegan al alma
Que te hacen mover las palmas
Otras que llegan al corazón...

Nesse momento, a voz de Dulce entrou em cena e era o timbre mais bonito e exótico que já havia visto.

Hay unas que se necesitan
Otras que nunca se olvidan
Que te hacen despertar pasión

Oyendo una canción para ti, para mí.

Como um coro, cantamos juntos:

Y que nos llegue al pensamiento
Para vivir y expresar todo lo que yo siento
Quiero tenerte, te dedico esta canción.

Cantamos perfeitamente a música juntos e descobri que além da sintonia dos nossos corpos, e corações, ainda conseguíamos atingir uma harmonia perfeita vocalmente.

Não parei um só segundo de olhar para ela enquanto cantávamos e assim que a música acabou, peguei a sua mão e disse:

– Dulce, eu nunca pensei que minha vida mudaria dessa forma. Eu só queria cantar essa canção e te dizer que, você é a mulher da minha vida. Espero que você saiba que eu a amo, como nunca amei outra em minha vida. Não sei o que está acontecendo, mas se for algo que eu fiz, saiba que eu peço do fundo do meu coração que me desculpe.

– Você não fez nada, meu amor. Me sinto meio louca mesmo, deve ser o que já te disse. Eu sei seus sentimentos por mim e todos são recíprocos, porque também amo você.

Dulce ficou na ponta dos pés e me colou seus lábios nos meus.
Segurei a cintura dela e a beijei, levantando Dulce do chão.

Ao fundo era possível ouvir nossos amigos, em salvas de palmas e assobios.

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