Capitulo 35

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DULCE MARÍA

- Senhorita, vou pedir que se retire.
- É meu namorado que está ali. Eu quero vê-lo!
- Christopher acabou de sair de um coma, senhorita. Não podemos deixar que ele se agite, ainda não sabemos como ele está, é preciso evitar confusões nesse momento.
- Tem certeza que não posso ver nem um pouco, enfermeira?

A enfermeira negou com a cabeça. Desde que as chamei, fui quase expulsa do quarto e não pude nem trocar um olhar com Christopher.
Anahí apareceu logo atrás e me puxou com um abraço. Me deixei envolver por seus braços e a segui até a sala de espera do hospital.
- Não acredito que não posso vê-lo! - disse cruzando os braços.
- Calma, Dul. É normal que eles precisem avaliar Christopher antes. Pelo menos, ele já está acordado. E você tem que me contar, como ele acordou?
- Foi lindo, Any... Segurei a mão dele por cima da minha barriga e Luna chutou...
- Luna? Você vai ter uma menina?
- Caramba, acabei me empolgando... Mas sim, eu consegui descobri no exame de sexagem, queria que Christopher fosse o primeiro a saber...
- Tá bom, María, te perdoo por me esconder que vou ser tia de menina, mas só se você continuar me contando.
Contei para Anahí, o que havia acontecido até o momento que toquei na maçaneta da porta e Christopher falou.
- Luninha mal nasceu, e já está sendo um milagre!
- Eu concordo. Não tem nem como pensar em escolher outro nome, sem ser esse. Luna é uma luz em nossa vida.
- Fico muito feliz por você, amiga... Não vejo a hora de saber o sexo do meu também. - Anahí pousou a mão em sua própria barriga.
- Tomara que seja um menino, e que venha com esses olhos lindos seus. Luna e ele serão quase priminhos, vão poder correr juntos na praia, brincar conosco... Parece que finalmente o céu se abriu... Não vejo a hora de Christopher sair desse hospital.
- Ele vai sair logo.

Mais tarde naquele dia, foi liberado a visitação no quarto de Christopher. Ele estava tranquilo, mesmo sem saber direito o que aconteceu.
Queria ter tido mais tempo para me arrumar, mas fiquei o tempo todo aqui. Era comum já, viver plantada no hospital.

Alisei meu vestido com as mãos, na tentativa de deixá-lo mais liso e apresentável. Depois disso, aceitei meu cabelo. Ou tentei. Respirei fundo e segui até o quarto de Christopher.

- Boa tarde, meu amor. Com licença. - pedi entrando pela porta.
- Dulce. - Christopher sorriu quando me viu.
Me aproximei perto de sua cama.
- Está se sentindo bem?
- Ótimo, é como se tivesse acordado de um sonho longo.
- E o pior que foi... Você ficou muito tempo dormindo.
- Quanto tempo dormi?
- 2 meses.
- Uau! - Christopher disse passando a mão pelos cabelos. - preciso cortar isso.
- Continua lindo do mesmo jeito. Estou tão feliz que você acordou meu bem...
- Desculpe por tudo isso, principalmente por não estar com você no dia do acidente... Eu juro que estava na velocidade permitida, fui atingido por um doido que furou o sinal.
- Christopher, meu amor. Você não precisa se desculpar. A culpa não é sua.
- Você ia me contar naquela noite sobre isso? - ele disse apontando a mão para minha barriga.
- Sim. Tinha preparado uma surpresa.
- Eu já sabia, desde o teste na casa de Anahí... Tinha certeza que seria pai... Também tinha uma surpresa para você, mas não sei que fim teve.
- O que?
- É surpresa, Dul. Não seja curiosa. Agora me diz, o que acha de Luna? Nesse tempo todo, é como se eu estivesse em um escuro absoluto, até que de repente um toque em minha mão, me puxou para a luz e principalmente quando ouvi você me dizer que teríamos uma menina.
- O toque foi de nossa filha. Foi a primeira vez que senti Luna chutando e foi logo para o papai.
- Vai chamar de Luna, mesmo?
- É claro, ela é nossa luzinha... Senti tanto a sua falta, Chris. - segurei sua mão.
- Estava inconsciente, mas desde que abri os olhos, me senti desesperado para te tocar. - Christopher se sentou na cama e pediu para que eu me sentasse ao seu lado.
- Por Deus, Chris. Eu estou uma baleia, não sei se essa maquinha nos aguenta.
- Deixa disso, Dulce. Vem cá.
Me sentei ao seu lado na cama, ainda que meio receosa, mas como nada tinha rangido ainda, acho que estava tudo bem.

Christopher colocou uma das mãos em meu rosto e senti minha respiração ficar mais pesada. Era incrível como ele despertava em mim, sensações como se fosse a primeira vez que o via.

- Obrigado por esperar por mim, meu amor. Tive uma breve conversa com as enfermeiras enquanto os médicos avaliaram minha situação e bem, soube que uma pequenina morou aqui... Me sinto feliz pelo seu companheirismo, mas ainda assim, não deixo de ficar preocupado com você. Dulce, você está grávida e deve ter dormido e se alimentado muito mal esses meses.
- Luna e eu estamos bem, fica tranquilo.
- Ficarei mais tranquilo, se você for para minha casa hoje. Tomar um banho de banheira, relaxar um pouco e dormir em uma cama confortável, promete para mim que vai fazer isso?
- Tem certeza? - fiz um biquinho.
- Toda certeza. Agora, tem outra coisa que eu gostaria muito de fazer.
- E o que é?
- Beijar esses seus lábios lindos.
- Christopher, estamos em um hospital, eu não acho que...
Não pude completar a frase, pois Christopher pressionou seus lábios nos meus, iniciando um beijo calmo, que aos poucos se tornou urgente, com nossas línguas travando uma batalha dura.
Uma de suas mãos passeou pela lateral do meu corpo, até parar firme em minha cintura, a outra livre segurou meu rosto com força puxando-o ainda mais para si.
O problema era que, se em estado normal Christopher já desperta os maiores desejos em mim, estando agora grávida e com os hormônios a flor da pele, senti meu corpo todo arrepiar.
Nos afastamos quando o ar nos faltou, porém, ainda me sentia totalmente quente pelo beijo que demos. Era até um tanto constrangedor pelo local, mas me senti tão excitada que tentei disfarçadamente roçar uma perna na outra com força, querendo me conter.
- Está tudo bem, María? Será que tem alguém com tanta saudade como eu? Saudade de sentir esse seu corpo lindo nos meus braços, beijar esse pescoço delicioso, tocar seus seios... Estou doido para vê-los, se mesmo com esse vestido, eles já parecem gigantes, fico imaginando como vai ser senti-los com minha boca...- Christopher tocou com as pontas dos dedos, a parte nua dos meus seios que o decote promovia.
Me arrepiei mais ainda.
- Christopher! Estamos em um hospital... Vai ter que aguentar até irmos para casa, e lá, eu prometo matar toda a saudade... E antes que isso fique mais difícil, vou deixar um espaço para mais visitas e vou seguir seu conselho de ir para casa. Até logo, meu amor. Eu te amo.

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