Todo Cambió

Inesperado

DULCE MARÍA

O resto do jantar com Pablo, foi agradável. Conversamos de banalidades e ele foi respeitoso e entender meu lado da amizade.
Ele realmente parecia ter deixado o ego de lado.

Passei as próximas semanas, trabalhando muito e saindo com Pablo, às vezes. Christopher nunca mais deu notícias, nem para  falar ou devolver minha coberta. Estava começando a achar que estava certa o tempo todo, ele só gostava de mim, pela situação que nos encontrávamos. Ou será que estava magoado demais? Acho que nunca saberia a resposta para tudo isso. Não poderia ligar para ele, mas para Any sim.

— Anahí, tudo bem?
— Oi Dulcinha, saudades de você! Não deu mais notícias, esqueceu da amiga?
— Claro que não, Any. Escuta, está livre hoje?
— Vem em casa. Poncho e você sabe quem saíram juntos.
— Perfeito, estou com saudades.
— Quer que eu passe aí para te pegar?
— Não precisa, peço um Uber.

Você sabe quem no caso, era Christopher. Que ótimo, ficaria mais a vontade para falar dele, sem Alfonso em casa.

Ainda ficava boquiaberta ao ver a casa de Anahí. Era simplesmente perfeita e gigante. Nem parecia que vivia só duas pessoas ali.

Anahí me agarrou em um abraço, assim que abriu a porta.
— Aí, Dulce, que bom que está aqui. Entra.
Entrei na casa de Barbie, com a bochecha melada de tantos beijos.
— Você tá animada em me ver, hein!
— Você sumiu também né, mulher.
— A gente conversou por mensagem quase todo dia.
— Mas não é a mesma coisa que pessoalmente. - Ela falou como se fosse óbvio.
— Como está o Chris, Any?
— Magoado. Mas, também está com outra palavra que rima com essa.
— Como?
— Eu que sou loira e você que leva a fama né, María. Apaixonado.
Meu coração gelou, ele já estava com outra?
— Ele conheceu alguém?
— Sim... Uma ruiva, chamava Dulce.
— Ccomo você... Qual o motivo de achar isso?
— Ele anda em uma fossa enorme, Dul. Acho que até tentou voltar a vida de mulherengo, mas não está dando conta. Voltou mesmo foi ser o Chris do colégio. O dia que você o deixou, acredita que ele adormeceu no mesmo lugar na praia? Com um violão e um maço de cigarro.
— Será que ele realmente gosta de mim? Tenho medo de acreditar.
— Sei que tem as suas ressalvas. Por mais que eu ache que os dois devam ficar juntos, não quero me meter nisso por ora. Ambos estão machucados, mesmo que no seu caso seja pelo passado. Aliás, passado esse que voltou, e Pablo como está?
— Nem parece mais o imbecil de antes, amiga.

Continuei conversando com Anahí e como de costume, Carmen saiu ao começarmos a beber o estoque de destilados da casa.
Em alguma parte da noite, escutei a fechadura da porta girar, e para minha surpresa além de Alfonso, um Christopher com cabelos sem cortar e desarrumado apareceu.
Meu coração errou as batidas.