Encontro

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DULCE MARÍA

Eu não acredito que tinha feito aquilo tudo em um dia só.
Se fosse Pablo e não Christopher, teria demarcado o encontro a noite. Mas, se tratando dele, não importava o cansaço, eu sempre estaria disposta para ver aquele rosto lindo, aquele sorriso que me arrebatava e o olhar que parecia penetrar até o mais íntimo do meu ser.

Tinha um cabelo "novo", mas decidi não usar as roupas novas, a não ser pela langerie azul.
Vesti o que costumava vestir quando frequentava o lugar que íamos. Uma blusa, calça jeans e um kimono florido.

Não passei maquiagem e por mais que Christopher acordasse e me visse sem, espero que ele ainda me ache bonita agora enquanto ainda estou acordada.

Era estranho pensar que mesmo depois de adulta, fosse sentir as coisas que sinto agora com ele.
Era como viver o primeiro amor, mas ainda assim ser mais forte.
Eu conseguia reconhecer o barulho do carro de Christopher de longe e quando ouvia, meu coração começava a acelerar, mesmo se fizesse só pouco tempo que eu o tinha visto.
Era como um turbilhão de emoções gritando dentro de mim loucamente.
Que eu estou apaixonada, isso é verdade, mas será que eu poderia amar ele incondicionalmente e ele ser finalmente o homem da minha vida?

A buzinada do carro dele, me anunciou que chegará então.
Como sempre eu meio perdida, tinha que correr escada abaixo até a porta, doida para ver ele.

Quando abri a porta, Christopher arregalou os olhos e sua boca foi se abrindo devagar.

— Meu Deus, Dulce María, quer me matar do coração? Você está muito linda.
— Gostou? — disse mexendo no meu cabelo.
— Você era a mulher mais linda que eu já conheci ruiva, mas agora morena, estou atualizando os meus conceitos. Você é a mulher mais linda e espetacular que eu já conheci.

Corei e fiquei vermelha como um pimentão, ao ouvir os elogios.
— Obrigada. - tranquei a porta da casa rapidamente e me voltei a Christopher.

— Você é realmente um príncipe. - disse e me aproximei dele na ponta dos pés.
Encontrei seus lábios para um beijo calmo.
— Não digo que você é a princesa, porque para mim, você é a rainha e eu poderia ser perfeitamente, seu eterno servo.

— Você consegue sempre me deixar sem fala, Ucker. Agora, vamos. Antes que eu queira ficar aqui.
— Eu não acharia ruim ficar.
— Também não, mas vamos logo que eu tô morrendo de fome.
— Já que o passeio é seu, nada mais justo que você guiar.

Christopher jogou as chaves do carro em minha mão e com um movimento rápido a peguei.
Pisquei e disse:
— Eu sou boa, reflexos de uma gata.

Entrei no carro, mas dessa vez no banco do motorista.
Desci levar Christopher em um lugar muito importante para mim. No cachorro quente do Francisco e da Dona Bete.

Não sei se sequer, Christopher tinha posto os pés desse lado da cidade. Era encostado do campus onde me formei, longe demais da zona rica na qual Christopher tinha a casa e sua própria praia.
Espero que ele não se importe por estar em outro lugar diferente do nível dele.
Estacionei o carro do outro lado da rua e esperei Christopher descer, para procurar sua mão.
Entrelacei meus dedos nos seus.

— Espero que goste daqui, sei que não é o tipo de lugar que costuma frequentar, mas é muito importante para mim e eu queria muito que você conhecesse. Esses cachorros quentes salvaram minha vida acadêmica, mais importante que TCC ou qualquer outra matéria.
— Estou ansioso para conhecer.
— Você não vai se arrepender.

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