ANAHÍ
Como tinha uma cópia da chave da casa de Christopher, Dulce me pediu para buscar suas coisas.
Queria ir cedo para ver como Christopher estava, até mesmo pedir desculpa porque mesmo não concordando, fui conivente com essa história toda pois nunca contei nada a ele.Ao entrar na casa, estranhei não ver Christopher na cama, já que seu carro estava na garagem.
Organizei as coisas de Dulce em uma bolsa, graças aos céus, ela não tinha muita coisa.
Quando voltei a sala para ver se não tinha nada dela lá, a cortina balançando na janela, mostrou Christopher deitado na areia da praia, com seu violão no colo.Deixei a mochila dentro da casa e fui até a praia atrás de sua casa.
O pobre estava babando. Será que passará a noite aqui?— Christopher? - cutuquei seu braço
— An?
— Acorda, Chris.
— Dulce?
— Não, abre os olhos direito, garoto. É a Any.Christopher abriu os olhos e se sentou.
— Que horas são?
— 07h30. Você dormiu aqui?
— Acho que sim. Você deve saber sobre Dulce, não é?
Assenti com a cabeça.
— Fiquei um tempo aqui pensando nas coisas que ela me disse, e nas coisas que aconteceram. Você também fez parte do planinho?
— De certa forma, não. Quer dizer, eu sabia o que iam fazer, sou casada com Alfonso, mas não achei certo, o meu único erro foi não ter te contado, Christopher. Não achei que você iria se apaixonar também. Mas isso não diminuiu meu erro, porque quando vi Dulce e você em casa naquele dia, percebi a conexão, Dulce é uma mulher espetacular e achei que tudo ia ficar bem.— Não te culpo, Any. Nem sei se culpo Alfonso e meus pais. Não sei o que pensar agora, talvez eu até mereça isso. Só não queria ter caído de cabeça nisso.
— Você gosta dela, bebê. Será que ela não gosta também?
— Como saber o que é verdade ou mentira vindo dela? Ela me fez esperar um mês, acreditando que eu poderia ser pai, e na primeira noite nem sexo fizemos.
— O que você quer fazer agora?
— Esquecer ela. Voltar a minha vida normal. Só vivi um mês com ela praticamente, comigo vivo há anos, não vai ser difícil voltar ao normal.
— E você acha que não estava sendo normal, ou não sendo você?
— Não, eu nunca me senti tão bem em minha vida, pleno. Mas, acho que também faz parte do pó de fada de tudo isso.
— Espero que fique bem, bebê. Se precisar, saiba que estou aqui.
— Eu sei. Para sempre.
— O que você escreveu aí? E esse violão? Voltou a ser o cantor de barzinho?— Você bem que gostaria. Não é nada, só estava escrevendo umas coisas.
— Una Canción, poderia tocar qualquer dia.
— Não ficou tão boa assim. Me lembra alguém.
Christopher amassou o papel em suas mãos e o jogou na lata de lixo.
— Bom, só vou pegar a mochila de Dulce... Até mais, Ucker.
Beijei a bochecha dele e esperei vê-lo sumir para o banheiro.
Antes de partir, peguei o papel amassado que ele jogou.
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Todo Cambió
RomanceChristopher estava no auge dos seus 29 anos e nada na vida o importava além de suas noitadas e a deliciosa arte de beber vinho. Seu pai era dono de uma das mais importantes vinícolas do México e temia que com a vida que Christopher levava, não seri...