Todo Cambió

Huevos Rancheros

DULCE MARÍA

Amanheci com Christopher ao meu lado. Nem me lembro de termos subido ao meu quarto. Só sei que ele estava semi nu enrolado no lençol da minha cama.
Por mais que estivesse feliz, também estava com medo do que seria quando ele acordasse.

Vesti um roupão e desci até a cozinha para preparar um café da manhã. Graças a Deus, hoje trabalharia em casa.
Espero que ele gosta de Huevos Rancheros.
Estava terminando de ralar o queijo para cobrir os ovos, quando escutei o leve ranger da madeira da escada. Alguém estava descendo.

— Bom dia, Dulce.
— Bom dia, Christopher. Estou preparando seu café da manhã. Espero que goste.
— Com certeza, o cheiro está maravilhoso. Minha mãe costumava fazer muito isso no café da manhã.

— Não sei se vai estar tão bom quanto o de dona Alexandra, mas acho que está comível.

Christopher se serviu dos ovos e esperei ele dar a primeira garfada.

— Está incrível, Dulce.
— Obrigada. Já comi vários pratos maravilhosos preparados por você, tinha que retribuir algum dia.
— Sobre ontem a noite, eu gostaria de dizer que não me arrependo de nada. Aliás, Dulce, eu estou disposto a deixar uma pedra em cima das coisas que aconteceram. Quero saber de você agora, María. Está disposta a me conhecer verdadeiramente? Começar do início?
— Claro, contanto que não rotulemos nada. Você confia em mim? Mesmo depois de tudo que fiz?
— É perceptível que já estou apaixonado por você, Dulce e mesmo assim, você ainda me quis. Penso que isso não é um plano. Na verdade, espero que não seja.
— Você pode confiar em mim, agora. Eu gosto de você, babaca.
— Podemos sair hoje?
— Posso escolher o lugar? Nada de restaurantes caros, vinhos ou coisa do tipo, topa?
— O que você vai fazer comigo, Dulce María?
— Você vai ficar bem. Eu prometo.
— Você trabalha hoje?
— Graças a Deus, só fichamento em casa.
— Que bom. Sei que temos o convite a noite, mas acho que a mocinha me deve uma visita ao trabalho.
— Tá me convidando para conhecer a vinícola?
— Positivo.
— Deixa eu pensar... Vai ter degustação de vinho?
— Para você, sempre.
— Então, eu topo.
— Preciso ir me trocar em casa, mas passo aqui dentro de uma hora, combinado?
— Parece perfeito.
— Estava delicioso, Dulce. - Christopher levou o prato até a pia.
— Não precisa lavar. Deixa aí.
— Já volto, María.
Rolei os olhos.
— Você sabe que não gosto e mesmo assim, continua a me chamar de María.
— Eu já acho lindo.
Christopher deu um selinho rápido em mim e saiu sorrindo de casa.