Me Fui

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DULCE MARÍA

— Maite, me dá um pouco da coberta!
— Estou puxando para mim, você se enrola e pega tudo. Christopher nunca reclamou disso?
— Tinha minha própria coberta na maior parte do tempo. Aliás, Anahí esqueceu de me trazer ela.
— Como você está?
— Bem. - engoli em seco.
— Não sobre isso. Sobre Christopher. Você saiu porque estava gostando dele, não é?
— Sim.
— Como se apaixonar por Christopher Uckermann?
— Eu não sei, Maite. Achei que ele era um completo idiota, e nos primeiros dias realmente ele foi. Mas depois, vi nele um companheiro. Ele é um ótimo cozinheiro, é divertido também. Joguei videogame feito adolescente nesse mês e aprendi sobre vinhos. Na metade desse tempo todo, percebi que além da atração física, estava começando a pensar mais nele do que deveria.
Quando nos beijamos, meu corpo sempre pedia mais. Quando fazíamos amor, era como um paraíso na terra.

— Nunca pensei nele sob essa perspectiva, o que sempre vi dele foi um cara que não queria nada com a vida, rodeado de mulheres e bebida. Você acha que ele gosta de você?
— Talvez, mas também sinto que ele possa ter desenvolvido sentimos pela condição que nos encontrávamos. Ele deve ter assimilado que éramos casados, então o sentimento foi por conveniência.
— Sinto muito por ter feito você passar por isso, Dul. Não queria que se magoasse.
— Está tudo bem, Mai. Acho que depois do que sofri pelo Pablo, o resto virou fichinha.
— Falando nele, soube que ele está no México novamente.
— Nos encontramos quando fui jantar com os pais de Christopher.
— E como foi?
— Foi algo rápido. Ele ainda continua bonito, mas tem um ar mais de maduro agora. Não sei. Parece diferente.
— Será que ele mudou?
— Acho difícil, mas todos podem né.
— Mas, deixando o assunto de homens de lado. Queria agradecer por ter me deixando passar uns dias aqui. Você sabe como minha mãe é, ia ficar me atormentando sobre a história do Christopher e se ela também já sabe de Pablo, ia ser pior ainda. Minha mãe vê dinheiro e nunca o caráter.
— Já passou tempo demais morando com ela, não acha?
— Bem que eu gostaria de mudar, mas ainda não tenho condições para alugar uma casa.
— Christian e eu estamos pensando em morar juntos no apê dele, então esse ficaria vago...
— Não posso aceitar, você pode alugar aqui para alguém que possa pagar.
— Não preciso desse dinheiro, Dul. Você pode ficar aqui o tempo que precisar.
— Seria ótimo.

Maite bateu palmas em entusiasmo e pegou seu celular.

— Vou ligar para Christian e dizer que aceito.

Mais tarde naquela noite, Maite já dormia e a insônia me acompanhava.
Desci a cozinha para tomar um chá e enquanto a água não fervia, comecei a cantarolar.

"Me fui para enfrentar la vida sola
Sin el refugio de tu abrazo
Que curaba el corazón"

(Fui embora para enfrentar a vida sozinha, sem o refúgio do seu abraço que curava o coração.)

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