"Só os artistas e as crianças vêem a vida como ela é"
Hugo Von Hofmannsthal
Azul...
Esse era o nome da cor que sem querer tinham se tornado a favorita da pequena Magali. Tudo ao seu redor estava cheio de azul: o céu, as paredes do onde trabalhava seu pai, a cozinha do La Ducce onde sua mãe trabalhava, a casa dos Dragomi que tanto gostava de passar seu tempo, o giz cera mais usado de sua caixa de pintar, a carapaça da tartaruga Manuelita... E, sim, sentia falta nesses dias do seu amigo.
- Quer gelatinas? – perguntou Christian enquanto lhe mostrava uma sacolinha com minhoquinhas coloridas. Magali olhou a sacolinha e em seguida negou triste. Seu "tio" Christian deu um sorriso, mas logo depois a pequena se virou e continuou olhando a janela com o olhar melancólico.
Olhar a janela por horas e horas virou sua rotina nos últimos vinte dias desde que a pequena tinha deixado de ir à escola e passava os dias na cozinha com seus tios e mãe. Para Christian Clearwater, Magali era como uma filha e vê-la assim triste lhe apertava o coração. Ele sabia que o que estava acontecendo não estava lhe fazendo bem, mas quem poderia contradizer Rosemeire?
Há três semanas e meia, depois daquele fatídico primeiro dia de volta pra escola, Rosemeire, chegou em casa e ligou para o marido. Ela narrou toda a situação e os dois conversaram por horas.
Todas as noites antes de dormir, Rose abraçava sua filha, prometendo que sempre estaria ao seu lado lhe apoiando, como sua voz quando ela precisasse ser ouvida. Ela a protegeria com sua vida de todas aquelas pessoas que a olhavam com desprezo, como uma criatura estranha e não como um verdadeiro anjo que era.
Seus companheiros da cozinha tentaram de todas as maneiras persuadi-la de não abandonar essa missão, mas foi inútil. Eles não foram os únicos; a senhora Emily também tentou converce-la, mais foi inútil seu argumento. Depois do que aconteceu naquela manhã, como era de se esperar, Carmen visitou Rose à noite. Falou por uma hora tentando convence-la de não retirar a menina da escola, que Monique e era o melhor pra menina e que a Sra. Ozera não voltaria a perturbar porque ela mesma se encarregaria de falar pessoalmente com ela. Rose assentia educadamente sem prestar muita atenção. Rose já tinha decidido.
Na escola Rose disse que sua filha estava com caxumba e que não iria por alguns dias, mas Monique duvidava daquela explicação de ausência da menina na sala de aula.
- Como estão todos? – perguntou Rose alegre mas tarde naquele mesmo dia, enquanto entrava no restaurante. Se aproximando de sua filha e chamando sua atenção, sorriu – Como você esta anjinho? – perguntou, mas Magali não respondeu.
- Ela não tem vontade de comer seus docinhos – disse Christian mostrando o saquinho de gelatinas que estava do mesmo jeito como ele deixou hoje de manhã.
No dia seguinte, Dimitri retornou para casa( depois de resolver um caso ultra secreto). Dimitri se deparou com uma triste situação: uma esposa amargurada e uma filha inquieta. Rose logo lhe disse que não permitiria que sua filha voltasse a ser humilhada na escola como naquela manhã por culpa de pessoas como a Sra. Ozera, e por isso decidiu retirar Magali definitivamente da Escola Pública de Forks.
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– Como foi em Port Angels? – perguntou Dimitri. Rose mexeu a língua, enquanto se sentava no sofá ao lado dele e a pequena a abraçava forte. Ele e Magali assitiam desenho.
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Um Homem Da Lei - Com Dimitri Belikov E Rose Hathaway.
General FictionQuando o agente do FBI de San Antonio, Dimitri Belikov, compra um rancho em Jacobsville, Texas, o forte e silencioso solitário está esperando consertar alguns laços familiares cortados. Ele não está procurando por amor quando descobre uma atração i...