Capítulo 43. - Se arrependimento matasse.

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Rose se olhou uma última vez para o grande espelho preso na parede do quarto. Tirou a aliança e a guardou em uma caixinha. Ela havia se casado em segredo com Adrian. O casamento durou algumas semanas, antes dele morrer.  Que descanse em paz meu amigo Rose pensou. Havia engordado. De fato, a estadia na casa do seu primo, tinha lhe feito muito bem.

Pegara sua bolsa com suas roupas e foi em direção ao quarto do seu primo. Se despediu dele e da enfermeira agradecendo pela hospitalidade.

Rose chegou em casa no final da tardezinha. Um pouco empolgada. Rose caminhou pela casa, confirmando se todas as coisas estavam nos lugares aonde deveriam estar.

Então Rose saiu no jardim, para ver as rosas que tanto preocuparam Dimitri.

Haviam jovens brotos entre as folhas das rosas. Haviam folhas novas nas arvores também, em vários tons de verde que ela não podia nem contar. O pôr do sol estava brilhando entre elas e havia uma brisa fresca e revigorante.

Impulsivamente ela levantou os braços e dançou em um círculo, sorrindo com o prazer de voltar para casa.

Sua casa.

Era ali que Rose queria criar o seu bebê que seria só seu.

Tudo que ela precisava era conseguir prender o maníaco, para retornar para La Ducce, e só então cuidar do seu filho . Mas havia tempo. Havia muito tempo.

****************

Dimitri foi até lá para vê-la e certificar-se de que a casa estava segura.

Dimitri escutou risos do jardim dos fundos e deu a volta na casa.

E lá estava Rose, os longos cabelos castanhos soltos ao redor dos ombros, alcançando a cintura.

Ela estava girando como uma criança feliz, dançando no vento com os olhos fechados e o por do sol iluminando o rosto.

Algo o atingiu no peito quando ele a viu. Ela era adorável. Ela era doce, gentil e apaixonante. Ela havia sido dele por dois dias, quando o prazer ganhou uma aura mágica, como ele nunca havia tido antes. Mas ele ferira Rose.

Ele havia a jogado fora como um copo usado, desvalorizado, desmerecido. Rose nunca abriria seus braços para ele novamente e nunca mais o abraçaria na escuridão. Ela nunca confiaria nele novamente.

Era uma das mais dolorosas revelações que ele podia lembrar. E até este minuto, quando ele viu o desconhecido e percebeu quão abençoado fora por tê-la em sua vida, percebera que amava Rose profundamente. Era tarde demais. Rose o odiava agora.

Maldita péssima hora.

Ao invés de revelar sua presença, ele virou-se e voltou para onde viera. Ele sabia o que aconteceria se ela o visse, toda a alegria sumiria do rosto dela como água em uma torneira. Ele não podia presenciar isso. Ela havia passado por muita coisa em sua jovem vida. Ele sentia muito por tornar as coisas difíceis para ela. Dimitri prometera para si mesmo que a protegeria a qualquer custo, e faria de tudo para ganhar seu perdão.
Era melhor do que nada.

***************

Rose voltou a trabalhar no outro dia, primeiro na floricultura e depois na lanchonete. As pessoas pareciam felizes por vê-la em casa.

Eles também mencionaram o mau momento que Dimitri passara depois de sua partida. Ele tivera que fazer suas compras em San Antonio, porque as portas locais estavam fechadas para ele depois do modo como tratara Rose. Ela não podia dizer que ele não merecia isso, e queria que Dimitri sofresse um pouco mais.

Dimitri não era um homem que fazia amizades rápido, ou parecia caber em qualquer lugar. Talvez ele realmente se sentira culpado e a coagira a voltar para casa. Ou, Rose refletiu, ele apenas quisesse comprar sua ração para gado em Jacobsville ao invés de ter que dirigir meia hora para chegar a qualquer outro lugar.

Rose sentira-se cheia de energia quando voltara para casa, mas enquanto os dias passavam, ela começou a sentir uma aceleração da desconfortável náusea e fraqueza que haviam sido uma marca registrada de sua vida desde que deixara Jacobsville.

Certamente era um vírus, Rose disse a si mesma. Ela nunca ficava doente. Será que seu neném estava com algum problema? Mesmo se  estivesse, onde conseguiria dinheiro para um médico? Rose não queria tocar na pequena fortuna que  Adrian deixara para ela. Queria guardar tudo para o futuro do bebê. Fora isso, ela tinha apenas uma pequena apólice de seguro, que cobria exames médicos principais, mas não visitas de rotina ou receitas para medicamentos.

Não, ela teria que cuidar-se sozinha. Então passara a tomar chás - no café da manhã e na janta - pois sábia que se tomasse qualquer medicamento sem prescrição médica, poderia afetar o bebê e Rose não queria isso. Essas coisas vão passar em pouco tempo, pensara Rose toda vez que bebia o chá.

Mas não melhorou.

Uma tarde, enquanto pulverizava as rosas, o mundo começou a girar. Ela sentiu uma náusea subir em sua garganta enquanto uma estranha fraqueza a dominava. Com um pequeno soluço, ela caiu no chão. Sua ultima visão foi o céu azul tornando-se negro.

Um Homem Da Lei - Com Dimitri Belikov E Rose Hathaway.Onde histórias criam vida. Descubra agora