Capítulo 38 - O primo.

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- Sim, mas, Rose, se Quil escondeu o arquivo, como nós vamos encontrá-lo?

- Você pode encontrar. Eu sei que pode. Eu quero que você vá até El Paso e fale com o Chefe Quil. Eu quero que você diga a ele que nós temos que fornecer as informações à força armada. Eu vou tentar me lembrar do que ele dizia, qualquer coisa que possa ajudar em sua identificação. Eu fiquei no lugar por três dias.

Ele não falou por vários segundos.

- Rose, com qual propósito serviria reabrir o arquivo onze anos depois do fato? – ele argumentou – Nós temos DNA da outra vítima. Nós temos pistas. Se nós abrirmos o arquivo, alguém vai deixar o gato escapar da bolsa. Qualquer fofoca sobre o caso colocaria você em perigo. Ele pode voltar e matá-la, apenas para silenciá-la.

- Eu sei – ela respondeu – Mas ele já matou muitas crianças – ela disse triste – Talvez eu pudesse ter salvado alguma delas se...

- Pare por aí – ele disse firme, segurando os dedos frios – Predadores sexuais estão em toda parte. Você não poderia prever um seqüestro mesmo de morasse na mesma cidade que o bandido! Esse predador já foi encoberto por muito tempo. Os pais sabem que tem que cuidar das crianças, mas esse cara é muito esperto. Avisar as pessoas não vai pará-lo.

Ela concordou.

- Talvez não. Eu acredito que teria sido sua primeira vítima – ela continuou – Ele estava nervoso no dia em que me pegou. Ele usou uma faca de bolso, mas eu ganhara muito peso naquele ano. Eu tinha um estômago gordo e isso salvou minha vida. Ele me deixou quase morrendo, em pânico e correu. Eu tentei gritar. Alguém me ouviu e eu fui encontrada a tempo – ela perdeu-se na escuridão – Ele me tirou da minha própria cama, no meio da noite, com minha avó dormindo no quarto ao lado. Se ela não tivesse bebido, poderia ter ouvido. Vovó me odiou pelo resto de sua vida, porque todos ficaram sabendo que ela estava bêbada. Ela fingia ser um pilar moral da sociedade. Então eu fui raptada e ela foi exposta.

- Ela deveria ter sido incriminada por negligência criminal – ele grunhiu.

- Ela está morta. Todo mundo está morto menos eu, Jacob – ela disse triste – Não importa mais. Pegar esse lunático sim. Você tem que fazer o Chefe Quil dizer-lhe onde está o arquivo. Deve haver algo que lhe dê uma trilha até o assassino, especialmente se eu realmente fui a primeira vítima. Ele deve ter cometido algum erro que não percebeu. E esse erro pode ajudar vocês a pegá-lo.

Jacob sorriu gentilmente.

- Você é uma verdadeira dama.

Ela encostou-se no ombro dele. Era a primeira vez que ela o tocava voluntariamente. Ele era um homem gentil.

- Eu gostaria de ser o que você espera de mim, Jacob – ela disse honestamente – Você é o cara mais gentil que eu conheço.

O coração dele doeu. Tê-la ao seu lado tão confiante o tornou humilde. Ele queria abraçá-la e beijá-la até ela gemer, e assim fazer com que ela o amasse. Mas nunca iria acontecer. Ele amava. Ela não. Ela era apenas sua amiga. Mas isso era melhor que nada.

Ele deslizou o braço pelos ombros dela hesitante, pousando lá quando ela não protestou. O coração subiu na boca, mas ele a abraçou de um modo reconfortante e platônico.

– Você é a melhor mulher que eu conheço – ele respondeu.

Ele sentiu o suspiro suave dela quando ela relaxou em seu ombro. Este interlúdio era mais doce que mel. Pelo menos ela gostava dele. Ela confiava nele. Quem não diria que um dia ela perceberia o bom partido que ele era. Ele apenas tinha que ser paciente e não pular os obstáculos.

Ele pôs o balanço em movimento. Em volta deles, a noite era tranqüila e quieta.

Um Homem Da Lei - Com Dimitri Belikov E Rose Hathaway.Onde histórias criam vida. Descubra agora