Um Homem Da Lei - Com Dimitri Belikov E Rose Hathaway.

Capítulo 41 - Retornar ou não?

- Não, escute você! – Rose gritou, os olhos brilhando como prata em uma face lívida de ódio.– Eu passei a minha vida adulta inteira me afastando dos homens. Eu nunca persegui ninguém em toda minha vida, e isso serve em dobro para você. Você realmente acha que eu tenho tão pouco orgulho e auto-respeito que sairia correndo atrás de um homem que não queria mais nada comigo?

Agora que Dimitri conseguia pensar, não, não achava. Mas era muito tarde para essa súbita inspiração salvá-lo. Rose estava furiosa, e ele estava na defensiva e não gostava disso.

Dimitri respirou fundo, zangado. Ele enfiou as mãos ainda mais fundo nos bolsos e encarou-a.

- O que você sabe sobre o assassino que nós não sabemos? – ele perguntou.

- Uma das coisas, é que ele gosta de garotinhas com cabelos castanhos compridos e olhos coloridos – ela disse, tentando soar mais calma do que estava realmente – Ele também disse que me observava na escola. Ele sabia que eu morava com minha avó e que ela precisava beber para conseguir dormir. Ele tinha prazer por conseguir me tirar da casa dela e pela janela no meio da noite. Ele disse que sonhava com colecionar garotas brancas da minha idade, com cabelos longos, e que ele nos amarraria com fitas vermelhas para que todos soubessem que nós pertencíamos a ele. Eu acredito que é isso que sua organização chama de "assinatura" do assassino?

- Meu diploma é em justiça criminal – ele contou – Eu não faço arquivamentos. Isso é com a unidade de ciência do comportamento em Quântico.

Ela deu de ombros.

- Se existe uma criança morta em San Antonio, e também existiram em Del Rio e Palo Verde – ela apontou – com um ano entre elas, aparências similares e um estilo de matar similar, então vocês estão procurando um assassino em série.

- Talvez você pudesse colocar isso por escrito e mandar ao tenente de Jacob – ele sugeriu – Ele ainda não acredita que sejam assassinatos em série.

- Ou talvez ele simplesmente não goste do FBI – ela devolveu docemente – E esteja tentando afastar vocês desse caso.

- Casos criminais não são propriedades. Ninguém é dono deles.

Ela pegou a cesta e a vara de pescar.

- Tanto faz.

Ela estava indo embora.

- Eu vi o arquivo – ele acrescentou mordaz – E as fotos.

Ela parou de andar. A espinha ereta. Mas ela não virou-se.

Ele moveu-se para o lado dela, virou-se e observou o rosto pálido.

- Você me disse que as cicatrizes eram de um acidente automobilístico.

Ela não encontrou o olhar dele.

- É o que a minha avó me ensinou a dizer – ela respondeu simplesmente – Eu achava que ela estava sendo evasiva e quadrada. Então quando eu tinha dezesseis anos, um dos garotos da escola me convidou para um encontro e eu contei um pouco do que havia acontecido – ela não olhou para ele enquanto falava – Nós fomos a um restaurante fast food. Eu percebi que ele me olhava de um modo estranho. Eu perguntei por quê. Ele queria saber exatamente o que o homem que me seqüestrara havia feito comigo, como eu me sentira e se havia gostado.