Na cozinha com Daniel, Rafaella preparava coelho assado, que Gizelly havia deixado para ela na cozinha, enquanto o noivo ficava sentado à mesa, elegantemente, mas com a expressão frustrada. Daniel não parecia muito com os homens que ela havia visto do Oeste, pelo contrário, ele parecia mais um homem do Leste. Todo arrumado e pomposo. Pegou–se olhando para o homem enquanto a água fervia na panela.
– Não entendo sua imprudência.
– Não há imprudência alguma, Daniel. Eu estou morando aonde é meu por direito. Quero ficar aqui.
– Não deves.
– Mas ficarei.
– Teremos que nos casar o quanto antes.
– Como?
– Para você sair desse buraco.
Ela encarou o homem com o olhar verde escurecendo.
– Não fale assim da casa de meu pai. Você ainda precisa me explicar porque nunca me disse que meu pai morava aqui. Ele nunca me disse, mas você também sabia, deveria ter me contado.
– Como é?
– Daniel, eu não sou idiota. A casa no Leste era uma fachada. Por quê? Tu sabes?
O homem tamborilou os dedos na a mesa de madeira velha.
– Eu descobri recentemente, querida. Achei que sabias, portanto não precisava lhe contar.
– Existem muitas coisas sobre o meu pai que eu não estou ciente, e nunca soube. Mas irei descobrir. Se todos aqui na cidade o conhecem, não deve ser difícil descobrir.
– Não acho que devas ficar perguntando sobre seu pai.
– Porque não?
– As pessoas não gostam de interrogatórios, querida.
De repente ela se lembrou da conversa com Gizelly horas atrás, e sentiu as bochechas esquentarem.
– Basta perguntar para as pessoas certas. E se vou ficar por aqui, eu preciso saber o que aconteceu.
– Esse lugar é perigoso demais para que você fique sozinha, querida.
Ela suspirou, revirando os olhos; preferiu dar–lhe as costas para cuidar da comida.
– Não estarei sozinha, já lhe disso. Matthew Gonzáles e a esposa dele ficarão comigo, trabalharão aqui.
– E a noite?
– Vou arrumar um quarto para que eles fiquem.
– Este lugar está caindo aos pedaços!
– Não estará mais.
– Rafaella...
– Daniel. – Ela o chamou, virando de frente para ele. – Esta é a minha casa. Sei que somos noivos e que você disse que me daria um lugar para ficar até o casamento, mas arrumei um lugar para morar até o casamento. E é aqui que ficarei.
– Isso é inaceitável!
Ele levantou a voz pela primeira vez, e Rafaella encolheu os ombros instintivamente, e depois ergueu o queixo para ele.
– Então vá embora.
– Como é?
Antes que eles pudessem dar continuidade à conversa, uma batida na porta os interrompeu. Rafaella deixou Daniel sozinho na cozinha enquanto caminhava até a sala, abriu a porta para dar de encontro com Matthew, sorrindo e tirando o chapéu para ela.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A regra de ouro (Adaptação GiRafa)
ФанфикO sangue apache era o que corria nas veias de Gizelly Bicalho, junto com muito álcool. A mistura desses a tornavam uma mulher indomável e sem lei alguma. Conhecida nas redondezas pela velocidade de seu revólver, Gizelly era temida até por homens no...