Abusado que era o jovem, pouca ideia tinha de com quem estava a se meter. Gizelly, impaciente que era, ergueu o rapaz pela camisa, segurando—o no ar. Sua força era impressionante por si só, mas movida pela raiva ela era mais perigosa ainda. O burburinho acontecia em volta deles enquanto Gizelly jogava o homem para longe.— Ouse fugir que minha bala irá alcançá—lo antes de dares três passos. — Ela ameaçou de forma severa. — Seja homem e me enfrente, já que achas que és tão poderoso assim.
Jogar com a masculinidade de um homem era sempre a melhor saída para conseguir o que queria. Deixou o coldre com suas pistolas no chão ao lado de seus pés, tirou o casaco e dobrou as mangas da blusa. Estava literalmente dando tempo ao homem de correr. Ele escolheu ficar. Estúpido.
— Quando soube que ia ganhar dinheiro, não achei que fosse ser tão fácil assim.
— Tu realmente não tens ideia do ódio que despertas em mim.
— Não tenho. Mas tenho ideia do gosto de Rafaella. É delicioso.
Não que Gizelly precisasse de uma pistola para ser assustadora, mas poucas vezes haviam visto—na tão descontrolada de raiva. Ela avançou no homem sem pestanejar, derrubando—o no chão de terra. Socou—o a ponto de quebrar alguns dentes.
— Nunca mais ouse tocar no nome de minha mulher, estás ouvindo Smith? Ela não é digna de estar em tua boca. — Apertou o pescoço do homem, que mal se movia embaixo de seu corpo. — Estás me ouvindo?
— Ah, mas ela esteve em minha boca, deliciosamente.
Os olhos que já eram escuros, tornaram—se pretos como se algo muito profundo lhe atravessasse o corpo. Ela estremeceu com as palavras e a imagem que lhe atingiu a mente. Foi o que bastou para que Gizely fraquejasse; por isso odiava ter emoções. Recebeu o soco em seu rosto sem esperar, e apenas não caiu para o lado por que manteve—se firme segurando o pescoço de Kit. A raiva era um combustível impressionante.
— Não bastasse a traição que fizera com Doc quando éramos jovens. Traiu—o novamente agora roubando sua mulher. Como se isso não fosse motivo o suficiente para que eu acabe com sua vida... Ainda queres provocar—me?
O homem riu e ela soltou seu pescoço.
— Holliday é um homem fraco. Bastou uma mulher cruzar seu caminho que ele esqueceu que nós existíamos.
— Ele não nos devia nada. Aprendemos o que quisemos com ele. Ele nunca foi teu pai, Kit. Nem de ninguém.
— Tu dizes isso por que encontraste caminho no meio dos teus peles—vermelhas. Tu nunca estiveste em lugar algum de verdade, portanto não sentes falta de nada.
— Digo isso, pois é a verdade. Doc não lhe deve nada. Ninguém lhe deve nada, Kit. És apenas um moleque mimado e mesquinho. Tu não querias o dinheiro, pois não precisas, tu querias era me atingir, não é? Confesse.
Como sempre, desde que eram pequenos, o homem jogava sujo, Gizelly sentiu a lâmina cortar sua pele e sua camisa. Foi sutil em sua costela, mas ardeu feito uma bala. Foi o suficiente para distraí—lá ao ponto de ceder espaço para que Kit revidasse.
— E eu consegui, não é mesmo? Olha como estás...
— Com ódio.
— E isso te torna fraca. Sentimentos fazem isso conosco.
— Ainda estou forte o suficiente para acabar contigo.
— Não és tão assustadora sem sua pistola.
— Posso ser ainda pior.
Ficaram de pé, trocando socos e estudando um ao outro.
Gizelly ainda precisava saber a verdade.
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A regra de ouro (Adaptação GiRafa)
FanficO sangue apache era o que corria nas veias de Gizelly Bicalho, junto com muito álcool. A mistura desses a tornavam uma mulher indomável e sem lei alguma. Conhecida nas redondezas pela velocidade de seu revólver, Gizelly era temida até por homens no...