Capítulo 21

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Demorou dois dias para que Gizelly e os rapazes finalizassem completamente a sala de estar de Rafaella, incluindo moveis novos e bonitos. Aquele lugar estava impecável e dava até para comer do chão; Rafaella fez boas vendas de ovos e carne, por isso conseguiu pagar a mais para todos os rapazes trabalhando. E principalmente para Gizelly. Deu aulas na escola e descobriu que alguns de seus alunos estavam ali escondidos do pai ou de uma mãe. E todo dia quando voltava para casa, Gizelly ainda estava lá, suada, trabalhando, martelando, cortando, serrando, o que quer que fosse. Era extremamente sensual.

E estranho, no mínimo, que ela estivesse achando uma mulher tão sensual no meio de um monte de homens sem camisa. Mas inevitavelmente ela só tinha olhos para Gizelly. Aquele pensamento em especifico a deixou apavorada, momentaneamente; não que ela já houvesse estado interessada em qualquer pessoa antes em sua vida — as coisas com o próprio Daniel sempre pareceram tranquilas, não havia nada de avassalador. E com Gizelly... A mulher deveria ser o sinônimo de avassalador. Ou algo além disso.

Manu encontrou Rafaella no momento em que a mulher saía da escola; enlaçou seu braço ao dela e sorriu enquanto as duas caminhavam na direção de sua casa. Combinaram de tomar um chá juntas, algo que não faziam tinha muito tempo. E Manu soube de longe que Rafaella precisava conversar.

— Melhor falares logo antes que seja tarde demais.

Rafaella  suspirou ao sentar na mesinha da varanda da casa que Manu dividia com Mari. Recebeu a xícara de chá e assoprou a fumaça antes de tomar um gole.

— Por que tens tanta certeza de que tenho algo para falar?

— Conheço—te.

A resposta fez Rafaella sorrir.

— E até sei qual é o assunto.

— Qual seria?

— Certa pistoleira selvagem do Oeste.

A xícara tremeu entre os dedos de Rafaella.

Manu sorriu ao constatar o fato.

— Ela tem passado bastante tempo em tua casa.

— Ela está ajudando na reconstrução.

— Não só de tua casa, pelo visto.

— O que queres dizer com isso?

— A verdade, oras. Há algo acontecendo entre vós.

— Não há.

— Claro que há. E tu sabes disso tão bem quanto ela.

— Como posso ter algo acontecendo com uma mulher se nunca me interessei nem por um homem? Ou por ninguém? Como vou saber que é algo?

— Pelo jeito que tu ficas quando ela está por perto.

— Manu...

— Estou falando sério. — A pequena disse com um sorrisinho. — Existe algo entre vós, sim. Não há como negar. Resta descobrir o que é. E se querem descobrir, de fato.

— Não podemos ser apenas amigas?

— Claro que podem. Mas tu consegues olhar para ela e imaginar que seriam apenas amigas pelo resto da vida?

Aquela pergunta ficou ecoando na cabeça de Rafaella o resto da tarde, e mesmo enquanto elas mudavam de assunto, falavam de trivialidades ou qualquer outra coisa, ela ainda estava pensando na morena. Nos beijos, e em como ela pareceu extremamente carinhosa nos últimos dias. Será possível que algo estava mudando entre elas, de fato?

E como Rafaella poderia saber?

Bom, não havia como negar que existia desejo entre elas, especialmente quando Gizelly estava perto demais; e Rafaela não estava acostumada a sentir desejo, ou qualquer coisa parecida. E Gzelly a fazia sentir diversas coisas bem diferentes.

A regra de ouro (Adaptação GiRafa)Onde histórias criam vida. Descubra agora