Rafaella sabia que, vez ou outra, tinha alguma ideia completamente reprovável para as freiras da Filadélfia, a irmã Lucia provavelmente a bateria com uma régua se visse a vida que Rafaella estava levando, mas pouco lhe importava naquele momento. A única coisa que sabia era que estava com calor, um calor infernal, um incomodo no peito absurdo, que começou a ser resolvido quando ela se desfez de suas roupas na beira do riacho. Dobrou a blusa e a saia sobre uma das pedras, tirou a combinação que usava por baixo e então, completamente nua, se jogou contra a água fria do riacho.
Mergulhou, afundou e subiu, jogou os cabelos para trás e sorriu ao sentir a água escorrer por sua pele. Amava sua banheira, incondicionalmente, mas nada superava um banho de riacho. A sensação da água correndo da nascente e escorregando por seu corpo, passando por entre suas pernas. Ela fechou os olhos e suspirou por um momento. E então encarou o céu escurecido acima de sua cabeça.
As estrelas brilhavam forte junto com a lua cheia.
Fazia um mês desde que vira a selvagem, e ninguém fazia ideia de onde Gizelly estava; ninguém tinha qualquer notícia dela, nada. Rafaella não deveria estar preocupada, afinal, se a mulher havia sumido daquela forma era porque não se importava tanto quanto Rafaella achava. Mas ela estava inevitavelmente preocupada, e até um pouco irritada.
A movimentação por entre as pedras chamou sua atenção.
Ela arregalou os olhos verdes ao notar uma sombra parada perto de uma das árvores, os braços cruzados, as botas gastas e um chapéu sobre os cabelos pretos. Ela reconheceria aquele sorriso de longe, mas não impediu que ela fizesse menção de cobrir o corpo, já coberto pela água. Afundou até que a água estivesse em seus ombros e encarou a sombra.
— Sumiste.
— Sim.
Enquanto Rafaella respirava fundo, notou que a morena começava a se mover, e então percebeu o que ela fazia. Estava se despindo. Ela entraria na água com Rafaella? Diabos. A Dama do Leste arregalou os olhos quando Gizelly deixou a camisa de botão em cima da pedra. E foi tirando peça por peça, lentamente.
— O que estás fazendo?
— Despindo—me Duquesa.
— Por que diabos?
— Sua delicadeza me encanta, mas o jeito que pragueja me fascina. — A morena confessou e então deixou a calça cair sobre seus pés. Livrou—se dela e do resto de suas roupas. Em questão de instantes que só deixaram Rafaella estática, a morena estava em sua frente na água. — Olá, Duquesa.
— Selvagem.
— Como tem passado?
Rafaella achou a audácia da mulher fascinante.
Estavam nuas, de frente uma para a outra, com apenas alguns centímetros de água separando seus corpos e mesmo assim, depois de tudo, Rafaella ainda sentia como se o corpo estivesse quente. Em frente a uma fogueira, e não embaixo d'água. E Gizelly tinha o mesmo sorrisinho de sempre.
— Tens muita coragem de sumir e voltar como se nada houvesse acontecido, não é?
A morena arqueou uma das sobrancelhas, mas seu sorriso indicava uma clara provocação. Rafaella era boa naquele jogo.
— E aconteceu algo que eu não esteja sabendo?
— Porque foi embora?
— Precisava.
— Por quê?
— Ficar perto não traria paz para ninguém.
- O que queres dizer com isso?
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A regra de ouro (Adaptação GiRafa)
FanficO sangue apache era o que corria nas veias de Gizelly Bicalho, junto com muito álcool. A mistura desses a tornavam uma mulher indomável e sem lei alguma. Conhecida nas redondezas pela velocidade de seu revólver, Gizelly era temida até por homens no...