Capítulo 44

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— Agora tente escrever o que acabamos de ler. Sem olhar novamente.

Gizelly sentiu a frustração atravessando seu corpo enquanto segurava a maldita caneta, diante de um mísero papel. Estava mais nervosa do que quando participara de seu primeiro duelo; queria impressionar Rafaella, que a Duquesa se orgulhasse dela, mas era quase certo de que iria falhar.

— Ora...

Gizelly estremeceu diante do papel, precisava formar as letras em sua mente primeiro e depois colocar ali. Rafaella não lhe pressionava, de forma alguma, pelo contrário, era apenas calmaria e caricias em seus cabelos.

— Conseguiste teu nome e o meu, agora tente esta frase e vamos seguir para arrumar tudo para o almoço com Doc e Katherine.

A frase era simples Gizelly está a estudar, não era possível que a morena não conseguisse escrever apenas isso. Apesar de achar a escrita mais fácil do que a leitura, Gizelly estava nervosa. Escrever no papel que Rafaella era sua Duquesa fora menos complicado, ela apenas copiou as palavras que Rafaella havia escrito Gizelly me chama de Duquesa. Ela dorme na minha cama. Faço café da manhã para ela. Pegou uma palavra de cada, juntou—as e fim. Mas escrever algo por conta própria...

Estava difícil.

— Queres tentar outra coisa? Queres voltar para o quarto? — Rafaella resolveu perguntar. Como a morena era essencialmente movida pela tensão, Rafaella se inclinou em direção a ela. Sorrindo. Gizelly a encarou de volta. — Posso lhe oferecer um desafio.

Os olhos de Gizelly se iluminaram.

— Se conseguires escrever a frase inteira, ganhas um beijo.

— E se eu não conseguir?

— Ficarás sem beijos pelo resto do dia.

A primeira reação da pistoleira foi arregalar os olhos, a segunda, foi sorrir; por fim, seus dedos tamborilam sobre a mesa de madeira. A Dama do Leste a desafiava com o olhar e Gizelly aceitava o que lhe era proposto com o deleite aparente.

— Estás louca?

— Estou lhe desafiando Selvagem. — A forma como Rafaella proferia seu chamado, deixava Gizelly com o peito aquecido e um tremor eloquente no ventre. — Achas que consegues?

Em um ímpeto, Gizelly se ergueu da cadeira e virou na direção de Rafaella, encurralando a Dama do Leste entre seu corpo e a mesa.

— Diabos, Duquesa...

Sorrindo, Rafaella deixou que seus dedos deslizassem pelo braço de Gizelly, que se estendia ao lado de seu corpo. Subiram pelo antebraço de forma sorrateira, quase entrando pela manga dobrada da camisa que ela usava, e então subiram em direção ao ombro forte.

— O que há?

Gizelly cedeu à provocação, arrepiando—se enquanto os dedos de Rafaella alcançavam sua nuca, e então a mão macia lhe agarrou os cabelos. E então, a Pistoleira enlaçou a Dama do Leste pela cintura.

— Estás a me provocar, sabes que não deves.

— Quem há de me dizer o que devo ou não fazer?

O sorriso de Gizelly, direcionado exclusivamente para Rafaella fez a moça sentir o coração acelerar no peito, como se não coubesse naquele espaço em particular de seu corpo. Como se precisasse de outro lugar. E, curiosamente, Macarena sabia exatamente onde seu coração pertencia, e como ele cabia de forma perfeita nas mãos que lhe envolviam o corpo.

— Devo lhe aconselhar, não dizer o que fazer.

— Aconselhar—me a não provocar—te?

— De fato.

A regra de ouro (Adaptação GiRafa)Onde histórias criam vida. Descubra agora