Depois de mais alguns dias de aula sob o sol, Gizelly tinha certeza de que Rafaella estava perfeitamente apta para atirar no que quer que fosse, desde que não estivesse movendo–se rápido demais; mas já era um bom primeiro passo. E ela também conseguia montar um cavalo, Kato a adorava; aliás, todos os animais pareciam adorar Rafaella e seu sorriso cativante e o jeito doce de falar. Era natural que todos se encantassem com ela.
E mais natural ainda que Gizelly quisesse correr dela.
Mas lá estava para mais um dia de treinamento; mais ansiosa do que poderia admitir. Talvez fosse o fato de não estar conseguindo deitar–se com nenhuma mulher, ou não estar com vontade; era preocupante o fato de que Rafaella ocupava lhe os pensamentos, mas ela entendia o motivo: era algo que não tinha, portanto, uma vez que conseguisse, iria parar de pensar nela. A grande questão era conseguir. A mulher tinha um noivo e nenhum olho para Gizelly em questão.
Apesar de tremer toda vez que se aproximavam.
Não. A coisa mais correta era se manter longe da mulher; era seu dever, mas Gizelly nunca fora dada a fazer as coisas como deveriam ser feitas, pelo contrário, era uma fora– da– lei que adorava arrumar confusão. E Rafaella tinha cheiro de confusão deliciosa, daquelas que ninguém escapa com facilidade. Ou não quer escapar, como poderia ser o caso.
O final da tarde se aproximava quando a morena caminhou pelo terreno de Rafaella, falou com os porcos e as galinhas e deu de comer aos cavalos. Alguns dos homens terminavam a sala, estava quase tudo inteiramente habitável e pronto para a Dama do Leste, que por sua vez apareceu na varanda encarando a morena com um sorrisinho muito convidativo.
– Duquesa. – Ela murmurou ao se aproximar. Tirou o chapéu para lhe cumprimentar, como se não houvesse visto–a o dia inteiro. – Precisas de algo?
– Gostaria de mais uma aula.
Gizelly sorriu e suas mãos escorregaram pelos braços de Rafaella; estavam pouco cobertos pela blusa fina, sem mangas, de pano e botões bonitos.
– Teus braços não estão doendo?
– Sempre dizes que devo me acostumar, não é?
– Claro. De certo que sim, mas... Não quero que se machuques demais.
– Só mais uma vez, por favor.
A morena sorriu porque era impossível resistir quando Rafaella pedia daquela forma e seus lábios formavam um biquinho muito sutil. Indicou o caminho com seu corpo e seguiu uma Rafaella muito animada com um rifle na mão. Ela era adorável demais, e aquilo era mais do que perigoso.
No local aonde sempre treinavam tiros, Gizelly colocou os pedaço de madeira na corda, haviam improvisado um local de treinamento ali; onde as madeiras eram penduradas e moviam–se de acordo com os puxões que Gizelly dava. Assim, ela ficava um pouco longe de Rafaella por instantes, e não morria de vontade de deita–lá no chão e tomar o que não podia.
Rafaella ficou no local de sempre e segurou o rifle.
– Está pronta Duquesa? – Gizelly perguntou, encarando–a.
Rafaella ficava cada vez mais bonita.
– Puxe!
Gizelly puxou as cordas, as madeiras começaram a se mover em linha reta. Rafaella segurou o rifle direito, olhou por cima da mira e atirou. Acertou o primeiro pedaço de madeira, e manteve–se focada para acertar os outros dois; sua meta era conseguir acertar os três. No máximo havia conseguido dois. E como eles se moviam, ficava pior ainda.
Gizelly encarou a mulher, completamente orgulhosa.
Aproximou–se dela por que queria ver aquilo de perto; e parou perigosamente atrás dela, como sempre fazia. Segurou–a pela cintura, sorrindo. O cheiro dela era delicioso demais. Rafaella conseguiu manter a concentração com muito custo e atirou mais uma vez.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A regra de ouro (Adaptação GiRafa)
FanficO sangue apache era o que corria nas veias de Gizelly Bicalho, junto com muito álcool. A mistura desses a tornavam uma mulher indomável e sem lei alguma. Conhecida nas redondezas pela velocidade de seu revólver, Gizelly era temida até por homens no...