Capítulo 53

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— Estás mentindo. — Rafaella disse com firmeza. — Só estás a dizer isso por que queres que fiquemos separadas. Mas não irá acontecer. Gizelly jamais esconderia isso de mim.

— Tens certeza?

E no fundo, Rafaella tinha.

— Sim.

— Preferes acreditar na assassina de teu pai?

— Pares de dizer coisas com essas! — Gritou, mais do que pediu. E remexeu—se o suficiente na cadeira para que Daniel precisasse segurá—la no lugar. — Solte—me.

— Sabes que não irei fazê—lo.

Ela o encarou, com fúria nos olhos.

— Não consigo crer que enganei—me tanto contigo.

— Sou o mesmo homem que lhe pediu a mão, querida. Só quero—te mais ainda hoje.

Rafaella sentiu o estômago revirar quando Daniel tocou seu rosto, e então a mão macia demais desceu em direção a sua cintura. E começou a abrir os botões da blusa que usava.

— Tu não ouses fazer isso, Daniel.

A mulher remexeu—se novamente, não desistindo da luta de soltar—se da maldita cadeira. E de fato, sentia o nó afrouxar em seus pulsos, era apenas uma questão de tempo.

— Estou tomando o que é meu.

— Não há nada teu aqui, Daniel. — Gritou para ele. — Nunca fui tua e jamais serei.

O homem riu e tirou Rafaella da cadeira, deitando a mulher, com os pulsos amarrados nas costas, no chão. Ela esperneou, lutando contra a vontade de chorar e implorando aos céus para que Gizelly nunca soubesse do que estava a acontecer.

— Terei teu corpo, Rafaella.

Quando o homem começou a se despir, Rafaella fechou os olhos. Não queria ver e muito menos saber o que estava acontecer; mas precisou abrir os olhos ao sentir o peso de Daniel  ser retirado de seu corpo com velocidade impressionante. E então ela sentiu o cheiro que reconheceria a qualquer distância.

— Bicalho! — A voz de Daniel saiu marcada pelo medo. — O que diabos? Como tu...?

A mulher não deu tempo para que ele continuasse a falar, deferindo um soco tão potente que sentiu o estalar de ossos contra sua mão. Daniel foi ao chão em questão de segundos. Ela sentia a raiva atravessando por seu corpo como se estivesse embebedada dela, não conseguia respirar direito, tudo o que conseguia pensar era que Rafaella poderia ter sido traumatizada ou ferida para sempre.

E iria matar Daniel de qualquer forma.

Mas faria—o com suas mãos.

Uma bala lhe atravessando o peito seria fácil demais, simples e não tão doloroso quanto ele merecia, ela iria arrancar cada pouco de pele que existia nele. Pedaço por pedaço. Mas aproveitou—se do fato de que o homem estava caído no chão para correr até sua mulher. Ergueu—a com brusquidão.

— Ah, meu amor... — Rafaella murmurou enquanto abraçava a mulher. — Estás mesmo aqui?

— Estás bem? — Perguntou, soltando—se da mulher. Olhou—a por inteira, examinando e analisando cada pedaço e cada machucado. Daniel iria pagar por cada roxo na pele sedosa de Rafaella . — Quero que saia daqui, meu amor. Monte em Kato e vá para casa.

— E você?

— Encontrar—te—ei logo. Só preciso... — Disse, tentando conter a fúria crescente no peito. — Não quero que estejas aqui quando ver o que farei com Daniel.

A regra de ouro (Adaptação GiRafa)Onde histórias criam vida. Descubra agora