Capítulo 47

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Rafaella continuava sorrindo, e então suas mãos alcançaram o rosto de Gizelly, de forma suave. A morena quase deitou o rosto contra as palmas da mão da jovem, tamanho o alívio que começava a sentir, tomando o lugar do medo que outrora lhe rondava. Se Rafaella a estava tocando, significava que estava tudo bem, certo?

— Creio ter sido minha vez de agir como boba.

Gizelly arqueou uma das sobrancelhas.

— Agir como boba?

— Fiquei com medo, acho. Estavam todos de olho em nós, e falando e...

— Sentiste vergonha?

— Não. Incômodo. Mas não de nós. Não queria que falassem.

A morena suspirou.

Rafaella percebeu, um pouco tarde, a magoa que correu nos olhos da Pistoleira, e arqueou uma das sobrancelhas.

— Sentes vergonha de estares comigo perante os outros?

Diante da pergunta da morena, e a dor nos olhos dela, Rafaella agarrou a mulher pelo rosto.

— Qué? É claro que não, meu amor. — E então suspirou antes de continuar falando. — Só nunca... Demonstrei afeto assim, em público antes, entendes? Fui ensinada que era incorreto.

— Tu quem me beijaste. — Acusou, tentando não demonstrar a magoa que pedia espaço em seu peito. — Nunca pedi que...

— Sei que comecei tudo. — Interpelou—a e puxou Gizelly para si, de modo que as duas estavam coladas contra a parede. No caso, o corpo da morena pressionava o seu contra a parede. — Não pensei no que fiz, mas... Não me arrependo de tê—lo feito. Não tenho arrependimentos de beijar—te onde beijei, quando beijei.

A morena ficou estática, olhando para ela.

— E tampouco terei de quando beijar—te mais uma vez. Neste exato momento. — Dito isso, puxou a morena para si, beijando—a com a intensidade do sentimento que abrangia seu peito. Segurou—a contra seu corpo e entregou—se ao calor do momento. Das sensações boas. E principalmente de como sentia—se segura com ela. — E todas as outras vezes. — Disse quando conseguiu respirar por um breve instante. — Acho melhor segurar—me de forma decente, Selvagem. Não creio que estejas fraquejando neste exato momento, depois de tudo.

O desafio fez Gizelly rir enquanto agarrava Rafaella pela cintura, com força e firmeza. Bateram contra a parede e colidiram, novamente, em um beijo arrebatador.

— O problema de segurar—te como eu quero, Duquesa. — Gizelly murmurou enquanto seus lábios percorriam o caminho até o pescoço delgado da loira. — É que vou bagunçar—te inteira, e ainda temos que voltar para a festa, não é?

— Sim, temos. — A Dama do Leste disse em um suspiro longo, mas suas mãos afundaram nas mexas pretas de Gizelly de forma que o chapéu da mulher estivesse empoeirado no chão. — Temos, sim.

— E se segurar—te da forma que quero, Duquesa... — Ela continuou a falar enquanto a clavícula de Rafaella chamava demasiadamente sua atenção. — Não vou conseguir me controlar.

Rafaella sentiu Gizelly erguê—la pelas coxas.

— Ora, Selvagem... — Disse entre um suspiro. Que partiu seguido de um gemido longo. — Por favor...

— O que? — A voz da morena denunciava o desejo que lhe escorria enquanto seus dentes marcavam a pele de Rafaella com mordidas suaves. — Que queres, Duquesa?

— Quero a ti, sempre. — Murmurou à olhos fechados, perto demais de esquecer—se de onde estavam. — Mas...

Gizelly suspirou profundamente.

A regra de ouro (Adaptação GiRafa)Onde histórias criam vida. Descubra agora