Capítulo 14

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Rafaella acordou pingando de suor, estava ofegante, seu coração martelava fortemente contra o peito e ela não conseguia sentir as pernas o suficiente para levantar; então apenas sentou sobre os lençóis finos que Daniel havia lhe comprado e cobriu sua nudez; precisava parar de dormir completamente nua, era completamente errado, ainda mais quando havia pessoas trabalhando em sua casa. E se algum dia acordasse com todos em suas terras? E se alguém a visse daquela forma? Diabos, seria terrível. Ela não estava acostumada a ter sonhos, muito menos sonhos tão vividos, por isso, toda vez que tinha algum, escrevia em seu caderno. Era um diário de sonhos.

Escreveu o último sonho com a tinta fresca.

A selvageria do ato em si não era nada perto das batidas frenéticas de meu coração; eu estava soterrada, extasiada, até meus dedos dos pés tremiam, e eu temia por minha vida. Não pela morte, mas por nunca mais conseguir parar com o que estava sentindo. E nunca mais querer parar.

E finalmente conseguiu sair da cama.

Tomou um banho gelado e vestiu–se o mais rápido que conseguiu; ouvia o trotar de cavalos de longe e reconhecia o assovio de Gizelly para avisar que havia chegado. Esqueceu os sapatos ao correr para a varanda de encontro à morena. Ela estava sozinha, como sempre, era uma das primeiras a chegar. Desceu de seu cavalo e foi ao seu encontro. Subiu o primeiro degrau da varanda e estendeu–lhe a mão.

– Duquesa.

– Selvagem.

Gizelly beijou–lhe a mão demoradamente.

– Estás pronta para sua aula?

– Precisas alimentar–se primeiro. O sol está demasiado quente hoje, não quero que passes mal ou tenhas indigestão em nossa primeira aula.

– Dificilmente qualquer uma dessas duas coisas aconteceria, Duquesa. Mas agradeço sua preocupação.

A palavra soou boa nos ouvidos de Rafaella.

– Venha senhorita Bicalho, vamos entrar.

– Nunca parou para pensar que eu poderia ter feito o desjejum antes de vir para cá?

Rafaella a encarou desafiadoramente.

– O fizeste?

A pistoleira sorriu, negando com a cabeça.

– Então venha de uma vez.

Gizelly seguiu Rafaella pela casa adentro, cumprimentou Camélia com um beijo casto na mão e Matthew com um aperto de mão. O café estava com um cheiro ótimo, mas ela sabia que não era feito por Rafaella; já reconhecia os sinais. Odiava ser tão observadora na maioria das vezes.

– Os rapazes devem estar chegando.

– Podemos ir começando sem eles. – Rafaella comentou. – Até porque vamos fazer algo completamente diferente.

– Tens razão.

Gizelly recebeu a xícara de porcelana entre as mãos e tomou um gole do café forte – como gostava. Rafaella tomou um copo de suco de alguma fruta que a morena não havia percebido pela cor, mas a Dama do Leste parecia gostar. Enquanto Camélia fritava os bacons, Rafaella pôs–se a andar pela cozinha. Gizelly foi de encontro a Matthew antes de sentar-se à mesa.

– Temos pasta de amendoim para comer com biscoitos.

– O que quiseres Duquesa.

– Gostaria de oferecer–lhe mais do que apenas carne.

– Pão? – Gizelly sugeriu com um sorrisinho.

Rafaella sorriu e Gizelly teve certeza de que o sol não poderia competir com aquele brilho.

A regra de ouro (Adaptação GiRafa)Onde histórias criam vida. Descubra agora