Após as Cinzas ➝ °•Manorian•°

➜ Capítulo nove

Dorian estava a caminho da sala de reunião, pensado no que Manon havia lhe dito há três dias atrás, quando saíram para dar um passeio em Adarlan.

"Tenho uma resposta para você, Dorian, mas não sei se vai gostar do que vai ouvir"

Pelos Deuses, ela iria negar seu pedido! Ela não iria se casar com ele, e aquilo estava o deixando louco.

Ela estava no castelo há alguns dias e Dorian já não se via sem ela ao seu lado. Passou seis anos longe dela. Seis malditos anos.

Quase enlouqueceu durante aqueles anos. Passava noites olhando para a janela de sua torre, na esperança de ver a sombra de uma serpente alada nos céus.

Ficou louco ao ouvir sobre as tentativas de assassinato à ela. Deuses, como ele a admirava por ter passado por tudo aquilo sozinha.

Manon era mais forte do que todas as mulheres que ele conhecera. Não só fisicamente, mas emocionalmente também.

Passou por diversas coisas sozinha, viveu por mais de um século em um lugar repleto de violência e brutalidade. Cresceu aprendendo a odiar o amor, a amizade e todos os sentimentos bons da vida.

E quando finalmente passou a entender o valor da amizade, do amor... perdeu tudo o que tinha.

Às vezes pensava que se fosse qualquer outro em seu lugar, não suportaria. Mas aquela era Manon e ela era forte. Sua Manon era forte e corajosa e não sucumbiria a dor.

Ele passou a noite em claro pensando no que Chaol dissera e por mais que fosse difícil admitir aquilo, sabia que o amigo estava certo.

Depois de Sorscha, ele teve medo de amar novamente. Teve medo, pois sabia que aquilo provavelmente acabaria em dor, mas... Manon apareceu.

Amava-a. Ele amava Manon.

Amava àquela bruxa corajosa, independente e imbatível. Amava seus sorrisos de escárnio e seus olhares de desdém disfarçando o prazer que sentia em coisas simples. Amava quando ela sorria, quando respirava.

Deuses, ele amava até mesmo o andar daquela mulher!

Dorian amava Manon com todo o seu ser e não se imaginava longe dela. Ele tinha a impressão que enlouqueceria se ela fosse embora.

Com ela era diferente. Era como se a cada vez que ela estivesse longe, seu coração fosse arrancando do peito.

Somente com ela, Dorian conseguia ser ele mesmo. E ele queria ser ele mesmo.

Manon não poderia ir embora novamente. Não queria mais ficar longe dela, da mulher que amava.

Não podia viver sem ela. Se ela fosse embora, seria como se enfiasse uma das garras de ferro em seu coração e o matasse. Ele não podia perdê-la.

Não iria perdê-la.

∆•∆•∆

— O que iremos fazer em relação ao assassinato do homem, majestade? —  indagou um dos conselheiros.

A questão do assassinato estava deixando Dorian levemente preocupado.

Desde a época de Erawan que nada daquele tipo acontecia. E um assassinato daquele modo não era comum de maneira alguma.

Ele não diria aquilo para os lordes, mas estava realmente preocupado com essa morte, e com o que ela poderia significar. E principalmente com a mensagem deixada na parede.

Quem seria esse Paladino Dourado? E o que diabos ele queria em Adarlan? Ele já havia estudado toda a história de Adarlan, e jamais tinha ouvido falar sobre um Paladino Dourado.