>> Capitulo vinte e seis

169 18 7
                                    

Fenrys admirava a Capital de Terrasen da grande janela de seu quarto enquanto pensava em tudo o que havia acontecido nos últimos meses.

Como era possível tantos desastres em tão pouco tempo? Era a pergunta que ele se fazia todos os dias, mas que nunca encontrava uma resposta.

O desastre mais recente – há 3 meses atrás – fora o ataque de Gother a Elide. Todos ficaram preocupados e foram imediatamente para Perranth, até mesmo Aelin, que não deveria viajar por conta de sua gestação.

Graças ao Deuses, a lady ficou bem em poucos dias e logo conseguiram aperfeiçoar seus escudos mentais. Fenrys não demonstrou, mas ficou extremamente aliviado assim que viu que Elide ficaria bem.

Ele adorava Elide e ficou assustado com o ataque tão direto à ela. Todos chegaram na conclusão que aquilo tinha sido para desestabilizar tanto a corte de Adarlan quanto de Terrasen, já que todos eram tão próximos de Elide.

E pelo o que Gother dissera, as algemas não existiam mais, então estavam sem um plano. Pelo menos, era isso o que ele pensava.

Alina disse que iria pensar em algo e que todos deveriam continuar procurando por pistas em livros, mapas e onde mais fosse possível. E eram o que todos faziam há três meses, mas sem sucesso algum.

Fenrys acordara pensativo naquela manhã. Fazia quase quatro meses que não falava com Lia. E era inegável o quanto ele sentia falta dela.

Ele pensava em mandar cartas à ela, mas ainda não sabia se estava pronto para voltar a vê-la.

O feérico, apesar de entender o motivo dela esconder tantas coisas, ainda sentia receio em confiar nela novamente. Mas ele sabia que não poderia evitá-la para sempre.

Além de todos os sentimentos confusos que ele insistia em ignorar, existia também a estranha linha pulsante que os ligava. E ele estava preocupado.

Desde o momento em que Lia e Alina revelaram quem eram, a bruxa parecia estar a cada dia mais triste e exausta. Ele conseguia sentir em si a tristeza presente na linha, mas... não sabia como ajudar.

Não sabia se ela estava magoada com ele, ou se algo estava errado no Reino das Bruxas ou o que era. E ele se sentia envergonhado.

Ele nunca deveria ter saído do lado dela, mesmo estando magoado e até mesmo receoso. Não deveria ter deixado-a sozinha, fora um péssimo amigo e não sabia bem como se redimir. E nem mesmo sabia se conseguiria a amizade dela novamente.

— Fenrys? Aelin está esperando você para o café — o feérico nem mesmo percebera a entrada do príncipe consorte em seu quarto. — Tudo bem?

Ele desviou os olhos da janela e direcionou o olhar para o amigo.

— Claro, só estou... pensativo — ele deu de ombros.

Rowan soltou um riso nasalado e cruzou os braços.

— Creio que esteja pensando naquela bruxa. Lia — Fenrys não respondeu, fazendo Rowan sorrir convencido. — Acho que deveria ir ao Reino das Bruxas visitá-la. Se desculpar, talvez.

— Não sei se devo — Fenrys suspirou e sentou-se na poltrona próxima a janela. — Ela mentiu pra mim, não sei se consigo confiar nela de novo.

Rowan resmungou, parecendo impaciente, e o feérico se perguntou se Aelin o havia mandado para que conversasse com ele sobre Lia e sobre o fato dele ainda não ter se resolvido com ela.

O príncipe o encarou, como se soubesse o que ele pensasse e assentiu com a cabeça.

— Bom, não nego que Aelin pediu que eu conversasse com você sobre Lia — Rowan sentou-se numa poltrona ao lado dele. — Mas eu já iria vir, de qualquer forma. Passamos muitos séculos juntos, somos amigos e eu me preocupo com você, apesar de não ficar declarando isso a todo instante — Rowan suavizou a voz e sorriu fraco. — Se gosta tanto daquela bruxa, por que ainda não está lá? Sabe que Aelin nunca impediria você de ficar com alguém que goste, mesmo que ela seja de um reino distante.

Após as Cinzas ➝ °•Manorian•°Onde histórias criam vida. Descubra agora