➜ Capítulo um

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Dorian estava extremamente cansado de correr atrás de seus sobrinhos. As crianças haviam implorado que ele brincasse de esconde-esconde com elas, e ele, como um tolo de coração mole, aceitou.

Já havia encontrado Eve, Jude, Josie, Marion, Rhoe e Gavriel, agora, só faltava achar Cardan, Emma e Jasmin. As crianças estavam lhe ajudando a procurar pelos outros.

Dorian adorava crianças, e às vezes, pensava em se casar e ter seus próprios filhos, mas... ela sempre impedia. Aquela maldita rainha-bruxa sempre invadia seus pensamentos, sempre estava em suas fantasias em que era casado e tinha filhos.

Ele tentou. Durante anos, tentou se relacionar com outra mulher, mas era ela que sempre vinha em sua cabeça, e ele detestava isso. Não entendia o porquê de pensar tanto nela. Havia tido coisas com ela que eram inexplicáveis, mas... ele não entendia por que gostava tanto daquela bruxa. Às vezes, ele se perguntava se a amava.

— Tio Geladinho? — sussurrou Eve, o fazendo despertar de seus devaneios.

— Não me chame assim, Eve! — retrucou Dorian, fazendo cara feia.

Desde que Aelin tinha colocado esse maldito apelido em Dorian, as crianças o chamavam assim sempre. E nenhuma delas o obedecia quando ele pedia para elas pararem.

— Acho que ouvi Emma e Jas rindo ali! — ela indicou uma cortina com a mão.

A fêmea tinha a audição dos feéricos, então provavelmente havia mesmo ouvido suas primas rirem.

Dorian, Eve, Josie e Jude foram andando lentamente até a cortina cor de cobalto. Dorian fez sinal para que as meninas ficassem em silêncio, e todas assentiram enquanto seguravam o riso. Dorian puxou a cortina, dando de cara com Emma, Jasmin e Cardan.

— Aaaaahhhh! — gritaram os três, emburrados.

— Ah, não vale! A culpa é toda delas! Vou matá-las por me fazerem perder! — disse Cardan, fazendo bico. Dorian se agachou até ficar a altura do machinho.

— Cardan, é só um jogo, não precisa ficar com raiva — disse Dorian, fazendo o menino revirar os olhos idênticos aos de Aelin. — Ei, perdoe suas primas e eu lhe dou uma caixa de doces diretamente do Reino das Bruxas.

Os olhos do pequeno feérico se iluminaram e Dorian sorriu convencido. Sabia que já havia conseguido ganhar aquela batalha.

-— Eu também quero doce! — ecoou um coro de vozes manhosas.

— Todos vão ganhar doces! — todos deram pulos animados ao receber esse aviso de Dorian.

O rei implorou a qualquer Deus que ouvisse para que Manon realmente fosse a Adarlan, e que ela levasse muitos doces, senão, ele seria um homem morto!

∆•∆•∆

— O que houve, mamãe? — indagou Hollin, assim que adentrou o escritório particular de sua mãe.

Georgina Havilliard, a antiga rainha de Adarlan, estava sentada com toda a sua magnitude atrás de sua escrivaninha de madeira polida. Atrás de si, havia algumas estantes repletas de livros que ela jamais havia lido.

Ela mantinha seu antigo escritório dos tempos em que era rainha de Adarlan. O lugar era enorme e repleto de prateleiras com livros, poltronas acolchoadas e uma mesa disposta ao lado de uma janela, para que ela tomasse chá admirando os jardins.

A rainha-mãe havia requisitado a presença de Dorian e de Hollin em seu escritório urgentemente. Dorian sabia que não era nada sério, mas mesmo assim, foi imediatamente no escritório de sua mãe.

Após as Cinzas ➝ °•Manorian•°Onde histórias criam vida. Descubra agora