>> Capítulo vinte e dois

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Dorian estava sentado no corredor dos quartos enquanto Yrene e Lia examinava Manon.

A bruxa havia dito que tinha conhecimento médicos e que poderia ser útil. Ele não negou que ela ajudasse, sabia o quanto Manon era importante para ela.

Não demorou muito para que toda a sua família soubesse do ocorrido e se juntasse a ele, mas... o rei pediu que todos o deixassem sozinhos.

Eles saíram relutantes, mas foram embora. Apenas Chaol ficou, pois não quis deixar o amigo sozinho no estado em que estava.

O antigo general se sentou no chão ao lado do rei e não disse nada, ficou apenas ao lado dele, para o caso dele precisar.

Dorian fechou os olhos e apoiou a cabeça nas mãos enquanto tentava evitar chorar.

Ele não se considerava a melhor pessoa do mundo, mas não entendia o porquê de tanto sofrimento.

Tudo estava em paz, tudo ficou em paz por seis longos anos. Ele não sabia por quanto tempo aguentaria aquele tipo de situação.

Estava tendo que resolver a bagunça dos outros pela segunda vez, porém, não era como da outra vez.

Tinha um povo para proteger, uma família pela qual lutar e aquilo só tornava tudo pior.

O rei estava simplesmente cansado. Não suportava a incerteza que o maldito Paladino Dourado trouxera a sua vida.

Toda aquela situação era terrivelmente angustiante. Era cansativa, estressante e ele torcia para que conseguissem se livrar dela o mais rápido possível.

O rei sabia que aquilo não fazia bem para Manon no estado em que ela estava, e ele prometeu a si mesmo que faria de tudo para que ela não se envolvesse tanto nas questões de Gother.

Ele faria de tudo para evitar que Manon tivesse preocupações que poderiam resultar em novos desmaios.

Ele se sentia tão culpado. Não deveria ter perguntado nada.

Ele viu o quanto ela parecia mal, aquilo só a fez se sentir mais ansiosa e provavelmente ocasionou o desmaio.

Tinha tanto sangue aos seus pés... ele estava implorando a qualquer Deus que ainda existisse para que Manon e sua bebê ficassem bem.

E se ele com suas perguntas idiotas tivesse causado o estresse necessário para que ela caísse? E se bebê sofresse danos irreversíveis? E se ela perdesse a bebê?

Não conhecia aquela bebê, mas já a amava com todo o seu coração e... não aguentaria perdê-la.

Ele sabia que se algo acontecesse com uma das duas... jamais se perdoaria.

Não conseguiu evitar soltar um soluço e sentiu uma mão em suas costas. Ele levantou a cabeça e deu de cara com Chaol.

O lorde o olhava compreensivo e Dorian se sentiu agradecido por ele ter ficado ali.

— Fique calmo, elas estão bem — disse ele, vendo Dorian balançar a cabeça, lentamente.  — Sabe que não tem culpa disso, certo?

Ele deu de ombros, sem saber o que dizer e sem conseguir concordar.

— Eu... fiquei fazendo perguntas bestas... deveria ter esperado — ele sentiu o coração doer um pouco mais. — Não deveria ter deixado-a mais ansiosa, a culpa é minha.

— Esse tipo de coisa acontece, não podemos controlar — disse Chaol, levemente preocupado. — Agora, você deve manter a calma, por Manon e pela sua nova bruxinha, Dorian — o antigo general sorriu. — Daqui à alguns meses, vai sentir o gosto da maior felicidade que pode existir sobre a vida de alguém.

Após as Cinzas ➝ °•Manorian•°Onde histórias criam vida. Descubra agora