➜ Capítulo oito

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— Tomar conta de Perranth por dois meses?! — gritou Fenrys estupefato.

Aelin suspirou e encarou Rowan. Ele assentiu como se dissesse: "Você consegue"

— Você sabe da condição delicada de Jude e também sabe sobre Marion — começou Aelin, com a voz arrastada.

— Sei, e amo as duas, mas não entendo como isso me envolve em Perranth. Por dois meses — disse o feérico cruzando os braços.

Aelin revirou e bufou frustada. Não entendia o problema de Fenrys em ir para Perranth por um tempo, ele adorava viajar.

Aelin estava preocupada com Jude. Às convulsões da menina estavam cada vez mais fortes e frequentes e ela não tinha ideia do que fazer.

Manon e as bruxas anciãs eram as únicas que sabiam sobre as Moudrig, mas a bruxa havia dito que as anciãs não podiam sair de Outclaire. A única solução era Jude ir para o Reino das Bruxas.

Elide e Lorcan já haviam deixado claro que não iriam deixar Jude ir sozinha para o Reino das Bruxas e que também tinham medo de levar Marion para lá.

Tinham medo de que a garota gostasse das bruxas e desejasse viver por lá. Aelin entendia o medo deles, mas sabia que se Jude demorasse mais a encontrar um tratamento provavelmente iria...

Não. Aquilo não era nem mesmo uma opção.

— Qual é o seu problema com Perranth, idiota? — indagou Aelin levantando bruscamente. — Não tem motivos para não querer ir para lá!

Fenrys suspirou triste e sentou numa poltrona enquanto gesticulava para Aelin fazer o mesmo.

Quando todos os três estavam sentados novamente, o feérico apoiou os antebraços na escrivaninha brilhante e sorriu tristemente.

— Não é que eu não queria ir para Perranth, adoro aquele lugar, mas... estou com um problema — confessou ele, fazendo Aelin arfar surpresa.

Como Fenrys poderia estar lhe escondendo um problema? Deuses, ela estava se sentindo traída!

Fenrys ergueu o olhar para a rainha e encolheu os ombros, se sentindo culpado.

— Não é nada tão sério, mas não queria preocupar você — disse ele baixinho. — Estou tendo sonhos. Sonhos perturbadores.

A garganta de Aelin fechou e a rainha cerrou os punhos.

— Que tipos de sonho? — indagou ela preocupada.

— Sempre mudam, mas em todos eles tem uma fêmea. A mesma fêmea sempre — responde ele, sem hesitar. — Não importa qual seja o cenário, a fêmea sempre acaba morta, sempre dizendo a mesma coisa: "a culpa é sua, Fenrys, totalmente sua"

Aelin olhou para Rowan, que parecia meio pálido. Aquilo fez a rainha ficar mais preocupada ainda, Rowan não se preocupava atoa.

Ela voltou o olhar para Fenrys e se sentiu meio culpada por não reparar mais no amigo. Sua postura estava tensa e ele parecia cansado.

— Se não quiser ir, eu entendo, Fen. E eu posso explicar tudo para Elide, ela também vai entender — disse Aelin, alcançando a mão do amigo e entrelaçando na sua.

Ele sorriu e apertou a mão da rainha.

— Eu vou, pode até me ajudar a distrair a mente — declara ele, fazendo Aelin sorrir preocupada. — Não faça essa cara, Aelin, não será um incômodo. Faço tudo por aquelas meninas, sabe disso.

— Sobre os sonhos... — começou Rowan, engolindo em seco. — Não acha que a fêmea do sonho pode ser sua parceira?

Fenrys balançou a cabeça e franziu o rosto.

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