➜ Capítulo quatro

671 52 90
                                    

Chaol fazia uma careta em direção ao cadáver. Aquilo estava macabro demais, até mesmo para ele, que presenciou uma Guerra Valg.

Ele olhou de soslaio para Yrene, e percebeu que até ela - uma curandeira que já havia visto diversos tipos de ferimentos - parecia prestes a vomitar. Aelin não estava muito diferente, a rainha de Terrasen estava verde.

Chaol, Dorian, Manon e Aedion haviam insistido para que Aelin, Yrene e Lysandra ficassem no palácio, mas nem mesmo os maridos conseguiram convencer aquelas loucas de ficarem protegidas dentro do castelo.

Elide havia decidido ficar com as crianças, Jude estava agitada, e ela não quis deixar sua filha mais nova somente com as babás.

Jude tinha convulsões fazia cerca de dois anos, e sentia quando algo ruim iria acontecer, e em alguns casos, a menina previa até a morte.

Manon mandou uma carta na época, e disse que isso era algo relacionado ao sangue de bruxa que ela possuía. Elide ficou mais calma, mas as crises de Jude só pioraram com o tempo.

Elide e Lorcan cogitaram a ideia de levar a menina ao Continente Sul, para a Torre Cesme, mas Yrene prometeu que lhes ajudaria em tudo, e que realmente não seria necessário uma mudança tão drástica.

- Aelin, você não parece bem. Quer ir embora? - indagou Lysandra, preocupada.

- Não, eu... - Aelin engoliu em seco. -Estou bem, Lys, não se preocupe.

- Aelin, você está verde - Dorian pôs a mão no ombro dela. - É melhor ir para o palácio.

- O que estamos vendo não é muito bonito, ainda mais para uma grávida - explicou Yrene, massageando a têmpora.

Aelin se virou para ela, e pôs as mãos no peito, sentindo-se ofendida.

- Rá! Já vi e fiz piores, querida amiga - falou a rainha, com escárnio.

- Eu vou levar Aelin de volta para o castelo, depois nos atualizem - disse Rowan.

Aelin não questionou enquanto era arrastada pelo parceiro até a carruagem que os aguardavam.

- O que sabem sobre isso? - indagou Dorian ao mensageiro que havia ido buscá-los no castelo.

- Nada, esse é o primeiro corpo que acharam - respondeu o rapaz, tremendo dos pés a cabeça.

- Vá até o castelo e diga que eu ordeno que mandem guardas até aqui para buscar o corpo - Dorian suspirou, se sentindo frustado. - Depois, procure a família da vítima e garanta que ela receba uma boa quantia em dinheiro e minhas sinceras condolências.

O mensageiro assentiu e correu em direção ao castelo.

- Acham que essa mensagem pode significar algo a mais? - Lys indagou, engolindo em seco.

- Isso é algo a mais - Manon revirou os olhos e cruzou os braços.

- Pode ser só um truque - retrucou Aedion, passando o braço por cima do ombro de Lysandra. - Para nos assustar.

- Já matei pessoas o suficiente para saber que isso não é um truque, general - a rainha-bruxa passou a mão por sua trança. - Mas acredite no que quiser, não me importo.

Chaol revirou os olhos e encarou Dorian, lhe implorando com o olhar para que ele controlasse aquela bruxa.

Dorian deu de ombros e apontou Aedion com o queixo. Ele parecia prestes a matar alguém, e Chaol podia jurar que se Manon falasse mais alguma coisa, Aedion mandaria a política para o inferno e mataria a rainha-bruxa ali mesmo. Ou tentaria, pelo menos.

Após as Cinzas ➝ °•Manorian•°Onde histórias criam vida. Descubra agora