>> Capítulo trinta e seis

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Dorian não conseguia dizer nada.

Ele abriu e fechou a boca diversas vezes, sem saber o que falar.

Esperou por anos para voltar a ver Manon. Anos. E naquele momento, não conseguia nem mesmo respirar direito.

Ele fechou os olhos com força, e balançou a cabeça. Aquilo poderia não ser real, talvez fosse somente um sonho, ele não podia criar expectativas.

Ele beliscou a si mesmo várias vezes, o que fez Manon puxar suas mãos e segurá-las, o fazendo parar.

Sentiu seu coração acelerar ao receber o toque dela e, finalmente, abriu os olhos para encará-la.

Analisou cada detalhe dela, e não conseguiu evitar o leve choque no olhar ao ver que ela tinha cortado o cabelo, o deixando na altura dos ombros.

O rei engoliu o bolo de lágrimas que se formou em sua garganta, e piscou para tentar não chorar.

Levou uma mão trêmula ao rosto da rainha-bruxa, quase ao mesmo tempo em que ela pôs as mãos sobre o peito dele.

Eles estavam absurdamente próximos, um sentido a respiração do outro, mas Dorian ainda não conseguia dizer nada. E nem Manon, pelo visto.

Dorian usou a mão livre para puxar a bruxa pela cintura, os aproximando mais. Ele baixou o rosto, e sentiu-se amolecer ao perceber o brilho no olhar dela.

Ele suspirou lentamente, não conseguindo mais conter as lágrimas por vê-la ali, e finalmente a abraçou.

O rei apertava a rainha-bruxa com força, temendo que aquilo fosse um sonho, um simples delírio. Ele implorava a qualquer Deus para que fosse real.

Ele enterrou a cabeça entre o pescoço e ombro dela, deixando beijos ali.

Dorian arfou ao inalar o cheiro de lírios dela. Ele havia esquecido o quanto amava o cheiro dela, esquecido o quanto amava abraçá-la.

— Por favor, não seja um sonho — sussurrou ele, com a voz oscilando. — Por favor, por favor...

Manon tirou a cabeça do peito dele, levantando os olhos para encará-lo, os olhos dourados brilhando como ouro recém derretido.

— Isso é real, Dorian — disse ela, levando uma mão ao rosto dele. — Estou aqui.

Ele suspirou enquanto encarava os lábios entreabertos da bruxa, e não demorou muito para beijá-la.

No início, a beijou com calma e suavidade, apreciando os lábios que ele tanto amava.

Dorian havia esquecido da sensação de beijar Manon, esquecido do gosto refrescante da boca dela e da forma como as línguas se entrelaçavam.

O beijo se tornou mais desesperado, e não demorou muito para a bruxa estar apoiada na parede, com as mãos dele apalpando cada parte dela.

— Dorian... — arfou ela, quando ele desceu os beijos para seu pescoço. Lentamente, Manon o afastou um pouco, atraindo a atenção dele. — Nós terminamos isso depois, temos coisas mais urgentes a tratar agora.

O rei suspirou, assentindo. Ele deveria ter imaginado que ela não arriscaria a segurança do povo e dos sobrinhos atoa.

Um calafrio percorreu seu corpo ao perceber que poderia ser algo com Lothian.

— Algo aconteceu com nossa filha? Ela está bem? — perguntou ele, quase caindo de alívio ao ver a bruxa assentir. — Então, o que aconteceu, bruxinha?

— Aconteceram muitas coisas, e eu prometo falar sobre tudo o que houve, mas... primeiro... — Manon lançou um sorriso para ele, provavelmente o mais caloroso que ele viu ela dar. — Lothian está aqui, quer conhecer você.

Após as Cinzas ➝ °•Manorian•°Onde histórias criam vida. Descubra agora