>> Capítulo vinte e um

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Desde que todos descobriram a história do Paladino Dourado, eles não tiveram tempo para descansar.

Equipes com os melhores espiões de Adarlan e de Terrasen foram espalhadas pelo mundo todo para procurar as algemas mágicas, já que nem mesmo Alina sabia onde sua irmã havia escondido.

Segundo a feérica, sua irmã tinha escondido a chave num lugar onde ninguém encontraria, se não achassem as pistas certas.

Então, além dos espiões procurando pela chave, os estudiosos de Terrasen e Adarlan estavam procurando por qualquer coisa suspeita em livros para ter mais pistas sobre o paradeiro das algemas.

Fenrys não entendia muito bem o porquê tinha que fazer isso, mas preferia ficar com a cara enfiada em livros do que pensar na facada que Lia lhe dera nas costas.

Toda vez que parava para pensar na situação, se lembrava da bruxa e de como ela nunca fora sincera com ele. Sobre nada.

Ele sabia que a bruxa nunca lhe devera nada, mas ele não podia deixar de se sentir traído.

Ele se aproximou dela, era seu amigo, ou pelo menos, achava que era. O mínimo que ele esperava dela era que o sentimento de amizade fosse recíproco.

Mesmo Lia não tendo escolha - coisa que Fenrys não acreditava - ele não entendia como ela podia ter confiado mais em Jude do que nele para contar seu segredo.

Não era como se ele fosse contar para alguém, e bom, Jude - apesar de ser uma das pessoas mais inteligente que ele já vira - era só uma criança, poderia contar para os primos a qualquer momento!

Ele havia confiado nela, revelado coisas sobre sua família que nem mesmo Aelin sabia e ainda assim... ela não confiou o suficiente nele para contar os segredos dela.

Ele suspirou e cruzou os braços enquanto tentava prender a atenção nos livros novamente.

O feérico detestava pensar na bruxa, porque, sempre que pensava nela, não conseguia esquecer também os momentos que tiveram juntos.

As conversas, as idas a Praia de Payhor, as voltas pelas cidades, e tantos outros momentos que tiveram juntos... perdidos.

Naquele momento, Fenrys sentia conseguia que nada daquilo era real.

Ele se sentia como um objeto que fora descartado assim que perdeu sua utilidade para Lia.

Por mais que tentasse tirar a bruxa de seus pensamentos, não conseguia. A cada minuto, a linha que os ligava pulsava, como um constante aviso de que estava conectado à ela para sempre.

Ainda não entendia como aquela ligação funcionava, ou o que ela era. Só sabia que não era possível que fossem parceiros.

Ele não se lembrava de uma época em que bruxas e feéricos tinham laços de parcerias, apesar das bruxas serem descendentes de feéricos.

Ele balançou a cabeça, com raiva de si mesmo por pensar na maldita bruxa de novo.

O livro em sua frente era sobre territórios não explorados do oceano e Fenrys não via a hora de terminar. Parecia tortura gastar tantas horas lendo um livro sem entender nada do que ele dizia.

Ouviu alguém entrar na biblioteca vazia e suspirou levemente ansioso. Ele ficou de pé e fechou o livro.

Lia estava parada em sua frente, de braços cruzados e queixo erguido.

- Não vai sair desta maldita biblioteca até me escutar, seu lobo encardido! - proclamou, parecendo furiosa. - Não pode me evitar sendo que foi você que insistiu para nos aproximarmos!

Após as Cinzas ➝ °•Manorian•°Onde histórias criam vida. Descubra agora