Após as Cinzas ➝ °•Manorian•°

>> Capitulo trinta e três

Manon prendeu a respiração ao sentir seu corpo em contato com a água. E não conseguiu conter o choque ao emergir e encarar todos aqueles feéricos.

Por um momento, ela achou que não havia conseguido chegar em Prythian, até que uma das fêmeas lhe contou.

Ela sentiu o alívio preencher seu corpo ao perceber que finalmente voltaria para Adarlan, para Dorian. Mas antes, teria que convencer aquele bando de feéricos a ajudarem.

A rainha-bruxa não era idiota, sabia que não seria fácil conquistar a ajuda daquele povo, mas ela tentaria.

Havia demorado tantos anos para chegar ali... não se importava de levar mais alguns dias para conseguir a ajuda necessária para voltar para Adarlan.

Todos ainda a encaravam, parecendo surpresos. A fêmea dos olhos acinzentados ainda estava em sua frente, posicionada de forma protetora em frente a outra feérica, que Manon deduzira ser irmã dela, por serem tão parecidas.

Dois dos feéricos avançaram, encarando a rainha-bruxa de cima a baixo, com um olhar que faria pessoas tremerem, mas ela se manteve indiferente.

Apesar de precisar da ajuda deles, a bruxa revelaria o mínimo necessário. Pelo menos, até que confiasse neles.

A fêmea e o macho alado tinham tatuagens idênticas nas mãos, e pelo cheiro, era nítido que eram parceiros. E muito, mas muito poderosos.

Sentiu um arrepio percorrer seu corpo ao perceber alguém tentando invadir sua mente. Rapidamente ergueu seus escudos mentais, forjando muralhas de ferro e freixo, como Alina havia ensinado.

Ela cruzou os dedos dos pés para evitar ativar suas unhas e dentes de ferro. Ainda queria usar a diplomacia para ter aquele povo como aliado, não a violência.

O macho dos olhos azul escuro, quase violeta, rangeu os dentes, parecendo sentir dor, e deu outro passo na direção da rainha-bruxa.

— Onde aprendeu a fazer esse tipo de escudo mental? — perguntou ele, pondo as mãos atrás do corpo, e usando uma voz ameaçadora.

— Isso não é relevante — respondeu ela, tentando não ser grossa. — Não vim fazer mal algum, lhe dou minha palavra.

Ele olhou para um feérico coberto parcialmente por sombras, procurando alguma confirmação silenciosa, mas logo voltou o olhar para Manon.

A feérica com a coroa de flores se aproximou da bruxa, ignorando os protestos da fêmea que estava em sua frente.

Ela lançou um sorriso gentil para Manon, fazendo-a franzir o cenho. Ela não entendia o porquê aquela fêmea parecia tão feliz com a presença dela.

— Me chamo Elain — disse ela, estendendo a mão para a bruxa-rainha, que apertou, apesar de estar confusa. A feérica se virou para o macho, que outrora tentou entrar em sua mente. — Peço sua permissão para levar Manon para a mansão, e também, peço que a escutem — o macho assentiu, sorrindo levemente.

— Sou Rhysand, Grão-Senhor da Corte Noturna — falou ele, com divertimento brilhando no olhar. — Bem vinda a Velaris, Cidade da Luz Estelar.

∆•∆•∆

Manon estava sentada numa sala com todos aqueles feéricos reunidos, após finalmente conseguir trocar de roupa.

Para a infelicidade dela, todos os seus mantimentos ficaram encharcados, e ela teve que usar roupas de uma das feéricas dali. Usava uma legging preta e um suéter azul escuro, e seus cabelos estavam penteados e secos.

Ela foi devidamente apresentada a todos os feéricos que a encontraram no rio, e para os outros que estavam na enorme mansão dos Grão-Senhores, inclusive para um bando de crianças feéricas que estavam destruindo um cômodo da casa.