A Luz de Adarlan

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A princesa afiava uma lâmina enquanto pensava na sua adorada Adarlan.

As barracas de lá já não eram tão sem vida como a séculos atrás, e agora, as ruas eram limpas e organizadas. Agora, haviam lojas de doces, joalherias e lojas com vestidos já prontos. Ela amou ver o quanto seu reino havia evoluído.

Fora uma das primeiras descendentes da antiga Adarlan, e sabia que no início, o reino era um desastre.

Mesmo sua mãe e seu pai sendo os melhores governantes, o povo que escolheram para seu, era um desastre.

Às vezes, a semifeérica sentia falta da sua vida antes do Paladino. Em pensar que era tão próximo dele...

Mas não importava, não com ele tão próximo de voltar ao mundo dos vivos.

A jovem detestava pensar que em alguns meses estaria cara a cara com ele, mas sabia que daquela vez, era o fim.

Ou ele era finalmente derrotado, ou seria o fim de sua amada Erilea.

Ela adiou por tempo demais a chegada dele por conta da Guerra Valg, mas agora não dava mais. Precisava alertá-los.

Mais ainda não havia conseguido, pois nenhum dos três imaginou. Aelin fora a única que passou perto.

Perigosamente perto.

Dorian estava tão preocupado em casar-se com Manon, que não prestou atenção nos sinais que ela deixara nítido.

E Manon... ela estava tão ocupada em negar o óbvio que também não reparou nos detalhes.

A princesa não queria fazer nada daquilo, lhe partia o coração, mas... era necessário.

Soltou o ar que nem reparou que havia prendido e pôs sua máscara de couro negro. Tateou as cegas sua cama simples e fechou as mãos na capa de veludo caro, de sua época de herdeira.

Nenhuma das criadas viu quando ela escapou para uma das carruagens que foram para Terrasen. Não repararam numa simples criada.

Saiu da casa onde estava escondida carregando duas lâminas e um cinto repleto de adagas. Estava escuro e frio, mas conseguia enxergar bem por conta da sua visão feérica.

O inverno estava no ápice e a neve batia quase nos joelhos da princesa, mas talvez aquilo fosse uma consequência de sua altura.

Ela andou por toda a floresta até o centro de Orynth, atrás de sua nova vítima. O viu saindo de uma das casas noturnas da cidade.

Ele tinha cabelos castanhos e olhos quase dourados, o porte físico a lembrava do Paladino. O lembrava do tempo em que ele não era o Senhor das Trevas e de todo o mal.

Ela o seguiu pelas ruas tortuosas de Orynth. Ele estava bêbado, e andava cambaleante pelas calçadas de paralelepípedos, o que deixava tudo mais fácil para ela.

Não gostava de matar as vítimas sóbrias, eram mais escandalosas. E isso chamava uma atenção que ela não queria.

Ela viu quando o homem entrou numa rua que dava para as casas grandes da capital. Ela foi pelas sombras, vendo o homem parar em frente a uma casa de dois andares amarela.

Ela suspirou, pensando na família do homem que ela mataria. Ela esperava que eles não sofressem tanto.

Isso é para um bem maior, pensou ela, entristecida.

Tirou a máscara e a capa de veludo, e as colocou na bolsa de couro que carregava. Arrumou os cabelos e alisou a roupa colada que usava.

Caminhou até o homem, e esbarrou nele propositalmente, caindo no chão no processo.

Ele olhou para ela, e lhe estendeu as mãos, lhe oferecendo um sorriso sedutor.

Isso, pensou, se engane com meu rostinho bonito.

— Perdão, minha dama — começou, abaixando para beijar o dorso de sua mão. — Não a vi em meu caminho.

Ela fez um muxoxo, e olhou para ele com olhos inocentes.

— Perdão, milorde, estava distraída — pediu, com a voz aveludada.

O homem a encarou de cima a baixo enquanto ela fingia estar corada e envergonhada.

Ele piscou e passou a mão pela camisa de linho que usava. Sorriu novamente para ela e se curvou numa reverência.

— Milady, não gostaria de entrar para tomar uma xícara de chá? — indagou ele, fingindo estar preocupado. — Está tarde e frio para uma dama como você ficar sozinha pela rua.

Sempre acham a mesma coisa, pensou, tentando não revirar os olhos.

— Oh, que gentileza, milorde! Obrigada, obrigada!

Ela o seguiu pela escadinha de mármore que levava até a entrada da casa amarela. Ele abriu a porta para que ela entrasse, e entrou logo atrás dela.

As portas de fecharam, e ela respirou fundo. Estava na hora.

Ele virou as costas para ela, e foi então que a antiga herdeira sacou as adagas.

Quando ele olhou para ela de novo, os gritos começaram.

∆•∆•∆

Oiee amores, espero que estejam bemmm 💕

Primeiro, feliz natal seus lindes💕🥳🥳

Segundo: gostariam de mais bônus assim? Vão ser soltados aleatoriamente pra vcs criarem teorias kskskskskksksks aliás, se tiverem uma, compartilhem cmg nos comentários, amo ver

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