Capítulo 4

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Meu primeiro dia no colégio está encerrado.

Pensei que não iria sobreviver a esse dia. 

As aulas foram um porre em sua maioria. Os professores são insuportáveis de tão chatos e importunos. Mas confesso que não senti tanta repulsa quanto nos últimos colégios que eu estive antes. Teve dois em específicos que me agradaram minimamente, o Prof. Kim Jaewook e Sta. Seo Hyorim. Ele é professor de Filosofia e Sociologia, e ela de Línguas Estrangeiras. Matérias que supostamente até aturo. 

Já a reitora Seo é uma mulher do tipo exigente, passional e falante, mas também finge ser uma pessoa modesta e simpática o tempo todo. Isso me tira um pouco do sério. Odeio fingimento e mentiras. Gosto das coisas as claras, com suas verdades e muito bem definidas.

É por essa razão que não escondo minha personalidade de ninguém. Nem finjo ser alguém legal. Se a pessoa não gosta de mim, o problema é todinho dela. Eu tenho outras coisas para me ocupar do que dar bola para o que falam sobre minha pessoa. Costumo não agradar, estou conformado com isso.

A porta do quarto abre e o moreno alto entra.

Durante o passeio pelo internato vim a descobrir que dividirei o dormitório com o notável Kim Taehyung. Pelo o que soube ele era o único que estava sem companheiro de quarto nesse maldito colégio. 

Isso que eu chamo de ter uma puta sorte, não é mesmo? meu Subconsciente zomba de mim. Mostro a ele o dedo do meio. 

Não estou realmente reclamado do fato de dividir o quarto com o rapaz, afinal nem o conheço direito. Mas eu odeio dividir as coisas. Principalmente o dormitório onde passarei a maior parte do meu tempo precioso.

― Oi. ― ele me cumprimenta educadamente. 

Ignoro educadamente sua presença com venho feito o dia todo, mesmo com ele me apresentando o lugar. Não digeri uma palavra a ele desde aquela breve conversa na frente da sala mais cedo.  

Sem dizer mais nada, percebendo que continuarei com meu jogo do silêncio, o mesmo pega roupas limpas no armário compartilhado, se trancando no banheiro. Alguns segundos depois ouço o chuveiro sendo ligado.

Levanto da minha cama pegando apenas meu celular. Saio do quarto fechando a porta atrás de mim.

O corredor dos dormitórios está apagado, mas consigo enxergar bem meu caminho até a escadaria que dá no pátio largo do Internato. Há uma quadra de futebol e outra de basquete logo depois do pátio.

Desço rapidamente, atravessando a quadra com passos largos e apressados. Não demoro a chegar no pavilhão do refeitório e na ala das salas de aula. Continuo seguindo o corredor escuro até o final do mesmo.

Virando a esquerda encontro a sala que procuro. Na porta uma placa de madeira com letras pretas escritas em negrito - Dra. Nara - Psicóloga - pendia me dando boas vindas. 

Bufo, sem ter outra escolha giro a maçaneta entrando na sala iluminada por três abajures. Uma mesa de mogno preto está bem no centro da sala, com uma cadeira imponente atrás, virada na direção da janela de vidro e sem cortinas.

A mulher mais velha parece perceber minha presença. Gira a cadeira me encarando. Vejo seus olhos passarem por cada centímetro, desde o meu cabelo até meus sapatos caros.

― Você deve ser Park Jimin. ― se levanta vindo me cumprimentar, com um sorriso gentil no rosto, parece sincero, e pelo incrível que pareça ainda mais irritante do que se fosse falso. ― Venha. Sinta-se a vontade. Pode sentar onde quiser. 

Pessoas simpáticas naturalmente, me irritam. 

Não lhe dirijo uma palavra. Olho ao redor absorvendo a decoração exagerada de sua sala. Ao que parece Dra. Nara tem um grande fascínio por cactos. Ela tem miniaturas de cactos ne mesa e no parapeito da janela de tamanhos variados, quadros com cactos e uma almofada com estampa de vários cactos diferentes no sofá de couro preto. 

Acho que a considero mais maluca do que a gente, Ji. meu Subconsciente não simpatiza com a doutora. Ele cruzar os braços sentando em sua cadeira de descanso de costume encarando-a com desconfiança. 

― Você prefere a cadeira ou o sofá? ― a pergunta da psicóloga é acompanhada do mesmo sorriso de antes.

Ainda sem responde-la me sento na cadeira confortável de frente a mesa. Ela sorrir uma terceira vez dando a volta para se sentar novamente na cadeira giratória.

― Seu pai me falou muito sobre você essa tarde. ― comenta.

Tem algo de muito errado nessa mulher. Vai por mim. Ele acrescenta. 

Suspiro, assentindo para meu subconsciente. Eu também reparei o mesmo que ele. Essa mulher me deixa inquieto por alguma razão. E eu não me sentia assim com minha antiga psicóloga.

― Imagino que tenha. ― murmuro para a doutora.

― Ele parece esperançoso com o fato de você estar estudando aqui no Vinci. ― comenta como se isso fosse o que eu queria ouvir. ― Disse que é uma grande oportunidade para você. Para ambos. E eu acredito que seja mesmo. ― ela não me convence dessa vez. 

Estreito os olhos em sua direção esperando o que mais tem a dizer. 

― Então, me diga como foi seu primeiro dia de aula aqui? ― pergunta. 

― Eu diria que foi normal. ― respondo simplista.

― Ok. ― ela anota algo no bloco de anotação sobre a mesa e me olha novamente ― Por que não me descreve seu primeiro dia. ― pede em seguida.

Quando demoro a responder, ela levanta a cabeça me encarando.

― Há algum problema, Jimin? ― pergunta estreitando os olhos castanhos.

― Meu dia foi comum, como qualquer outro. ― repito, sem saco para essa baboseira. 

― Eu entendo que tenha sido só mais um dia normal para você. ― anota algo em seu caderno mais uma vez, antes de voltar a me encarar. Isso começa a me irritar involuntariamente ― Mas eu gostaria que o descrevesse para mim. É apenas procedimento patrão com meus pacientes.

Contorço a boca em um meio sorriso. Meus punhos fechados sobre meus joelhos, onde por causa da mesa ela não consegue ver. Minhas unhas afundam na carne das palmas das minhas mãos.

Respiro fundo algumas vezes me acalmando antes de começar minha narração.

― Eu acordei bem cedo pela manhã, por causa do caminho longo até esse colégio maravilhoso. ― um sorriso cínico aparece em meus lábios. ― Eu tomei um banho demorado, mesmo sabendo que poderia atrasar o horário que meu pai estipulou para sairmos de casa. Ele tem mania de pontualidade. Deve ser por conta de meio no qual trabalha. A senhora já deve saber qual. Mas eu gosto de irrita-lo quanto a isso. ― abro outro sorriso, mais largo e sincero dessa vez.

― Compreendo. ― ela assente anotando algo no maldito caderno. 

Está começando a me dar vontade de jogá-lo pela janela ou de queimá-lo com o isqueiro no meu bolso.


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bom dia pessoal 

como cês tão nessa manhã chuvosa? 

espero q não tenham me abandonado ainda rsrs 

oq estão achando da personalidade do Jimin? sejam sinceros 

eu ainda devo desenvolver melhor esse lance dele conversar com o subconsciente dele, prometo

curtam e comentem para eu saber q estão gostando 

amo vcs ♡ 

Colegas de Quarto {Vmin}Onde histórias criam vida. Descubra agora