Thunder: 004

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— Faz anos que alguém me deixa tão excitada como você, ovelha negra. E nunca alguém me deixou tão próximo da morte como fez há pouco. Tenho de admitir, esse poder crescendo dentro de você é surpreendente, e dificilmente se encontra algo dessa magnitude nos dias de hoje. Pelo menos, não em uma hanyou como você.

E assim, nós voltamos para o ponto de checagem em que paramos na história.

Madrugada do dia 2 de abril, em Fukushima.

Naquela usina de vento onde a guria tinha apostado ser um QG do NIP, e onde ela esperava encontrar Aleister Oz e seus shikigamis, mas que no final, acabou somente se deparando com uma semideusa notória.

Ao redor daquela conhecida como Abelha Trovejante, relâmpagos em miniatura surgiam e sumiam com um brilho azul, enquanto ao chão à sua volta, raios saltavam do solo para o solo, como golfinhos brincando na superfície do mar. Faíscas elétricas e azuladas também dançavam em seus dedos das mãos, sempre ligando o polegar aos outros quatros com um relampejo azul.

— Fico realmente lisonjeada sobre a parte que me toca, chiquitita, mas nunca fui muito de levar os elogios para o coração. Você é parte de uma missão inacabada minha e pretendo vingar o meu fracasso hoje.

— Hmph, como esperado da Assassina de Youkais. Você quer ir até o fim com isto, não é? Então, tá. Eu também pretendo te pulverizar ainda hoje.

Posicionando seu antebraço direito até a frente de seu peito, como se tivesse arrancado do chão, uma espada amarela apareceu com raios de mesma cor entre seus dedos apostos. A mão de Nuwa envolveu o punho daquela katana, que teve sua elétrica energia amarelada dissipada logo em seguida.

— Já estava demorando, hein. Achei que tivesse se livrado dessa coisa brega. Essa espada parece uma casca de banana. Mas, deve ser como dizem. Uma abelha morre ao se separar de seu ferrão, não é?

— Já deve saber o que significa se revelei a Lâmina da Lua de Mel neste duelo, não sabe?

— Sim, sim. Eu já conheço bem os seus truques.

— Tsc.

Acompanhando seu estalo de língua, a semideusa moveu seu braço, estendendo-o para o lado e rasgando ar com sua espada amarelada. Somente esse simples movimento foi o suficiente para que três cata-ventos à nossa esquerda, e à direita de Nuwa, fossem fatiados ao meio.

Não satisfeito só com isso, o movimento que deveria ser inofensivo realizado pela filha do deus do trovão, mesmo ao longe, produziu um arranhão na bochecha da guria, que um segundo depois foi regenerado pela sua altíssima capacidade de cura.

Ultimamente, as pessoas têm ferido suas bochechas mais do que o normal.

— Então, é assim que vai ser, Abelha Trovejante? Fique você sabendo que não tenho mais aquela espada que usava na época do Mandarim.

Levando sua mão aberta para o lado, da mesma forma como a de Nuwa, uma katana apareceu no meio do ar para que a guria a apanhasse. E, assim que o fez, a magia negra iniciou seu processo de contaminação na espada, a tornando um artefato totalmente negro, exceto por seu punho, que estava forrado pela pelagem de um tigre branco.

A katana já conhecida por mim, Katônomaru, agora estava banhada pelo poder assombroso da mana negativa.

E como se tivessem ensaiado aquilo, em uma curiosa harmonia, tanto Yuna quanto Nuwa deslizaram seus pés no solo e moveram suas katanas para tomarem a mesma posição de guarda com suas espadas, a Ko Gasumi No Kamae.

— ......

— ......

Em silêncio absoluto, onde até mesmo a respiração das duas pareceu se encerrar, a Assassina de Youkais e a Abelha Trovejante se moveram, desaparecendo de súbito e de súbito reaparecendo uma ante a outra.

A Imortal Yuna NateOnde histórias criam vida. Descubra agora