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Antes de iniciarmos a narrativa sobre o caso traiçoeiro que me deixou em coma por cinco dias, existe alguém que deve ser devidamente apresentada a vocês. Seu nome é Nuwa Lei Feng, conhecida também como a Abelha Trovejante. Uma semideusa, filha do nipônico deus do trovão, Raijin, com uma jovem mulher chinesa. Nuwa foi criada pelos tios políticos, já que sua mãe faleceu no parto, mas foi entregue a um orfanato clandestino aos oito anos de idade, após despertar seus poderes de sua metade divina. Como a garotinha chamou bastante a atenção dos moradores da cidade, os tios decidiram que seria melhor não ficarem com ela, para que a imagem deles com o povo chinês não fosse difamada.

No orfanato, Nuwa foi parte de diversos experimentos físicos e psicológicos na tentativa de descobrirem a fonte de seus poderes, o que não chegou a acontecer. Pelo o que ela me contou, ela passou quatro anos naquele lugar até que foi comprada por um membro da Yakuza. Um integrante não humano da máfia japonesa, para ser preciso.

Depois disso, Nuwa foi treinada para se tornar uma assassina. Uma arma de destruição em massa à serviço da Yakuza. Todavia, após completar seu treinamento, aquele que a tinha comprado no orfanato foi morto por um ronin, a pedido de um dos clientes do Hotel Mandarim.

— Um ronin hospedado no Mandarim paga parte do valor arrecadado das missões que consegue para o hotel, pequena ovelha. Em troca disso, um ronin pode se manter em um local totalmente seguro, tanto do governo, quanto da Mythpool, e até de outros mercenários. É um lugar de luxo, onde só os maiores samurais sem mestre podem se hospedar. Um ronin que se mantem no hotel por mais de um ano é considerado uma Vespa Mandariana, e recebe acesso a missões absurdamente lucrativas e também às suítes presidenciais. Eu sei bem disso porque já fui uma. Bzz, bzz.

Nuwa poderia ser um pouco adorável, às vezes. Mas não se deixem enganar por suas atitudes amigáveis. Aquela que é conhecida como Abelha Trovejante age de acordo com alguém que passou parte da adolescência no ambiente da Yakuza.

Se posso colocar de melhor maneira, ela é, tipo assim... radical.

Desde que começamos a viver juntos, ela nunca lavou uma tigela de yakissoba, mesmo residindo ilegalmente na agência que era minha por direito.

Ela também tinha tatuagens e piercings. Uma argolinha em seu lábio inferior, duas bolinhas em seu rosto, um pouco abaixo do olho esquerdo, um brinco alargador na orelha direita, e não posso me esquecer de seu umbigo também. Já as tatuagens, ficavam nas costas e na panturrilha direita.

E ainda havia o assédio para com a minha pessoa. Suas mãos sabiam mais sobre o meu corpo de shinigami do que eu mesmo.

E ainda que estivesse com minha aparência de humano graças ao soro que Ieda desenvolveu, Nuwa teve certeza de minha natureza como deus da morte depois de realizar uma verificação meticulosa lá onde o sol não toca.

Contudo, mesmo com sua personalidade complicada de se lidar, a presença da Abelha Trovejante na Agência de Combate Anti-Psicopompos foi a melhor coisa que me aconteceu para alavancar os negócios.

E, assim como Yuna Nate, Nuwa era igualmente boa contra os pesos pesados do mundo sobrenatural.

Agora, sem mais delongas, vamos para a história, enfim.

A Imortal Yuna NateOnde histórias criam vida. Descubra agora