— Certo, seu pamonha, aqui estamos nós. Um grande castelo de estilo refinado com grandes mistérios nos aguardando aí dentro. Se não me remetesse tanto a um enredo preguiçoso dos anos 90, eu com certeza compraria essa história.
— Do que você está falando, Yuna?
— Estou falando sobre como as coisas estão acontecendo nesta realidade. Sabe, um castelo onde dentro nos espera o grande chefe é como se dá o clímax de um jogo do Super Mario. É disso que estou falando. Lá dentro está um dragão cuspidor de fogo e precisamos matá-lo. Só espero que a princesa não esteja em outro castelo.
— Entendo. Mas... será que agora pode me colocar no chão?
— Ah, foi mal.
Ei, quem está movendo a cronologia dos fatos dessa maneira?
Já estávamos no dia 15, então, fomos para o dia 2, e agora, voltamos para o dia 15. Será que o navegador dessas crônicas épicas não pode só seguir o calendário? Ou pelo menos se decidir em qual data ficará?
Bem, que seja.
A situação por ali era tão importante quanto a que estava sendo contada no capítulo anterior.
Basicamente, após Yuna derrotar o gigante dragão-de-komodo, libertando o poder de sua forma escura, o Modo Morgana, nós iniciamos o percurso para o grande castelo de arquitetura persa que se apresentava colossal e distante. Contudo, para prosseguirmos mais rapidamente até nosso objetivo naquela dimensão, a Assassina de Youkais teve a ideia de me carregar em suas costas, usando o argumento de que eu era muito lento e parecia uma lesma.
— Você é muito devagar, seu pamonha, inacreditável. Parece até uma lesma se arrastando por um caminho estreito de sal. Vamos, venha. Agarre meu corpo com suas pernas e me abrace pelo pescoço, como se fosse me enforcar.
Foi o que ela disse.
E, considerando que ela estava utilizando o Modo Morgana, eu não teria como contra-argumentar sua ideia que acabou soando mais como um decreto.
Se uma coleira aparecesse em meu pescoço e Yuna puxasse uma corrente para que eu me aproximasse, minha mente de shinigami aceitaria numa boa. Não que eu seja do tipo masoquista. Mas dizem que faz bem à saúde apanhar de mulher bonita uma vez ou outra.
Claro que, como isso não aconteceu, eu somente fui até ela e me atraquei em suas costas como um coala, deixando que seus antebraços passassem por baixo de meus joelhos.
Era isso.
O Megazord estava montado.
E aquela que detêm o título de Assassina de Youkais começou a dar grandes saltos de um ponto ao outro, como uma rã em fuga de um predador.
Criaturas surgiam da areia para nos impedir, mas a maioria era esmagada pelos seus tênis de basquete, devido aos seus pousos pesados a cada pulo.
Em poucos minutos, estávamos ali, à frente do castelo persa.
Diante da caverna oculta daquele universo.
— É chegada a hora, seu pamonha. Se mantenha firme e pise onde eu piso.
— C-Certo.
Por que eu estava nervoso, afinal?
Era difícil dizer se era por conta da presença de Yuna, com sua magia negra exalando de sua pele alva, ou se por conta da pressão que aquele castelo exercia sobre nós.
A construção de estilo persa era muito maior do que aparentava. Ao longe, ela já se mostrava monumental, mas assim que chegamos perto, ela parecia estar mais distante ainda.
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A Imortal Yuna Nate
FantasyYuna Nate trabalha como assassina de aluguel em sua agência, ACSI, e quase sempre está com problemas financeiros. Certa noite, em uma missão na floresta Aokigahara, a Assassina de Youkais acaba reencontrando um velho companheiro, dando início a uma...