Prólogo

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NOTAS DA AUTORA: Eu estava tão ansiosa por esse momento...

Dedico essa obra inteira a Kaká por aguentar meus surtos de plot tarde da noite e sempre me ajudar com as inseguranças. <3

Bem-vindos a Elementais!

Apertem os cintos e curtam a longa jornada.


Os ventos uivavam por toda cidade barulhenta e luminosa, fazendo os moradores apertarem seus agasalhos mais firmes ao corpo na expectativa de se aquecer melhor.

O céu se encontra no maior breu, iluminado por pequenos pontos brilhantes e distantes, tão refletidos que quase não se viam.

Era uma noite estranha, de fato.

Os moradores poderiam dizer por si só: apenas naquele dia, duas batidas de carro desastrosas, um terremoto leve quase nunca visto em toda Inglaterra e uma ameaça de turbulência no mar que era tão congelante e calmo.

Para completar o cenário bizarro, o céu deixava cada vez mais a sensação que o mundo tinha sido engolido e cuspido logo após... de fato, uma noite estranhíssima.

De longe, quase a quilômetros de distância imensuráveis, um embrulho rápido e enervante rasgava o céu tão ligeiro quanto uma estrela cadente.

A pequena Matilde, de 8 anos completos, contemplava a imagem anestesiada ao ver um pequeno estrondo incender toda a frente do orfanato bem cuidado e silencioso.

Afinal, quem estaria acordado quase 3 horas da manhã?

Balançando as perninhas curtas e desengonçadas, a menina limpou o vestido e empurrou as cobertas com animação, se sentindo uma fugitiva por estar desobedecendo às regras tão claras de não perambular pela noite.

Os dedinhos andavam pomposamente, tentando a todo custo abafar qualquer som que a denunciasse. Matilde respirou fundo, tentando pôr a cabeça em ordem antes de prosseguir sua caminhada para fora de seu quarto dividido com as outras garotas.

No entanto, com o farfalhar dos galhos, uma menina com a pele tão retinta quanto o próprio ébano acordou aturdida, abrindo os olhos maravilhosamente azuis.

Tessa arregalou os olhos gigantes para a amiga fugitiva, balançando a cabeça em negação pelo fato de encontrá-la a ponto de entrar em encrencas de novo com a Matrona delas.

— Tess, shiu! — ralhou a mais nova, irritada. — Eu vi algo lá fora!

A menina mais velha arregalou os olhos, curiosa, pondo os pezinhos para fora da cama e andando furtivamente ao lado da melhor amiga.

— Se a Sra. Evans pegar nós de novo fugindo...

— Ela não vai! Confia — piscou a mais nova marotamente, puxando a menina pelos dedinhos que se encontravam gelados pela ventania que penetrava a janela quebrada.

— Eu odeio como você sempre me coloca em encrencas — suspirou, mas não se absteve de seguir a fugir até a porta dos fundos do orfanato.

As duas apertaram mais forte os casacos de segunda mão, encarando com uma extrema curiosidade o pequeno embrulho que estava na parte de fora.

Com apenas um aceno, as duas passaram pela porta do cachorro, pretendendo fugir sem causar alarde e acabar acordando a diretora do orfanato.

Andaram mais um pouco e puderam ver:

— É um bebê! — exclamou Tessa, abismada.

Nunca tinha visto um bebê antes.

— Eu sei, não sou cega — rebate Matilde, puxando o pano que cobria o bebêzinho.

Elementais e o Herdeiro de Godin | DRARRY (HIATUS) Onde histórias criam vida. Descubra agora