28. Homenagem ao Malandro

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Oi! Uma fanart fofa dos nossos três besties de Elementais. Fiquei caçando o artista, mas não achei. Se alguém souber, me avise pliss. :)

Leiam com "João e Maria - Chico Buarque". Não vão se arrepender!

Boa leitura, you'all.


O vento arrepiava a cortina de linho branca, deixando que a luz da lua preenchesse o dormitório do tenente de fogo. Harry estava com uma angústia em seu peito, sem saber ao certo o que estava acontecendo.

Só sentia. Não eram pesadelos ou até mesmo algum vislumbre de futuro.

Só aquela sensação sufocante que preenchia a sua garganta e o fazia ter dificuldade de respirar em meio as lágrimas que desciam em seu rosto tão bonito. Respirou fundo em busca de ar, mas só um soluço cortou de seus lábios.

Saudades. Falta. Parecia tanto que faltava algo e essa coisa devorava suas entranhas.

A represa que vinha sustentando, o entusiasmo no aprendizado, tudo o que aconteceu nos últimos dois meses parecia quebrantar dentro de si e ele chorou. Desceu a represa com uma voracidade jamais vista, as lágrimas curando o abalo espiritual de sua alma dilacerada.

Era muito difícil respirar. As mãos trêmulas e os lábios tremelicando, o nariz entupido e ele engolia aquele bolo de choro e ar sufocado para não soluçar e acordar o tenente que dormia ao seu lado.

Ele engoliu. Mordeu os lábios. Engoliu o ar. Resfolegou. Engoliu. E... soluçou.

Uma, duas, três, quatro... até virar oceano e inundar todo o quarto.

— Ei, ei, ei — chamou Draco preocupado, a nota de susto na voz. — Leãozinho, o que aconteceu? Você sonhou?

A voz rouca de Malfoy despertou Harry que estava de costas para o mesmo, e de forma natural, o menino se jogou nos braços fortes do tenente que o abraçou.

Draco não entendia nada.

— O que aconteceu? Alguém te machucou? Você saiu?

Harry só sabia negar desesperado, os dedos apertando o ombro desnudo.

— Estou ficando preocupado. Está dolorido? Você caiu de novo? — Potter riu pelo nariz, mas logo em seguida voltou a chorar embolado. — Você está me assustando.

O edele fungou, e depois tentou verbalizar algo em meio a lágrimas e ranho.

— Me... Eu... Eu... — gaguejou entre soluços.

— Está tudo bem — cortou docemente. — Eu estou aqui, huh? Me abrace forte que eu puxo sua dor.

Harry roçou o nariz gelado na bochecha, os lábios molhados de lágrimas salgadas e a expressão desolada enquanto aceitava de bom grado as carícias de Malfoy em suas costas.

— Posso colocar minha mão por baixo da sua camiseta? — Harry assentiu. — Shhh, calma, Leãozinho.

Draco penetrou os dedos embaixo do pijama dele, a pele quente entrou em contato com a sua derme e arrepiando os pelos do braço de Draco que não estava acostumado com contatos físicos.

— Respira — instruiu, paciente. — Expira. Quer me contar o que aconteceu?

— Não.

— Tudo bem. Preciso só saber se você está ferido. — Potter negou e o loiro respirou aliviado. — Muito bem. Você está indo bem.

Harry sentiu o pânico subir a sua garganta ao perceber que aquilo era real. Draco estava ali, o acalmando porque ele tinha perdido tudo. Perdeu os pais, a escola, os amigos...

Elementais e o Herdeiro de Godin | DRARRY (HIATUS) Onde histórias criam vida. Descubra agora