16. Quase um Segundo

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Att em especial aos 100K de BTD. Obrigado, ma lunes!

Leiam com "Lost Cause - Billie Eilish"

Boa leitura, y'all.

— Já ouviu falar do Boitatá?

E Harry contemplou os olhos da enorme serpente com olhos famintos e sombrios, a pele pegando fogo.

Eles iriam morrer.

Harry sentiu seu coração duplicar de tamanho e bater em sua boca. A cicatriz ardeu, e ele se sentiu tonto de repente ao encarar aquele réptil enorme com olhos que pareciam a entrada para o inferno.

Seu tornozelo estava latejando como nunca e ele achou realmente que iria só sentar ali e esperar Draco fazer tudo, afinal, ele não sabia lutar muito bem e dominação era um grande bloqueio.

Estava à mercê do loiro raivoso que o xingava.

— Se você não tivesse se metido nessa, eu não estaria nessa situação... — resmungava lentamente, andando devagar até Harry e observando se o animal medonho iria atacá-lo. — Odeio cobras.

Harry mordeu a língua para não soltar um comentário ácido sobre como Draco era uma cobra.

Não era hora para aquilo. Eles iriam morrer.

— Eu nem me despedi dos meus pais — sussurrou Harry com a voz afetada. — Eu nem dedurei meus pais para os meus avós sobre a última aposta. Merda. Morri sem nem ter dado para o Johnny Depp!

Draco o olhou embasbacado, sem saber como matar Harry primeiro: com um choque ou dois socos para parar de ser besta. Respirou fundo e tentou mentalizar que ele estava apenas em estado de choque.

— Calma. Não vamos morrer. É sério? Johnny Depp é seu primeiro pensamento pré-morte?

— Você já viu ele como Jack Sparrow? Ou melhor, você já viu ele? — Harry afirmou indignado, a voz décimos mais fina. — Draco, nós vamos morrer.

— Para de falar isso. Não vamos.

— Nós vamos, sim. Ela já está descendo! — Apontou ao animal que descia tranquilamente, se arrastando pelas paredes da gruta como se estivesse testando o medo dos dois.

— Eu não tenho cu de ferro, Draco! Eu estou me cagando de medo! — Harry disse com os dedos nervosos em seu cabelo, causando uma risada em Draco. — Não tem graça! Eu estou nervoso.

— É engraçado, sim. Já disse. O Boitatá só mata quem fez mal ou falou mal da floresta — Draco tranquilizou.

Ou achou que tranquilizou. Porque Harry lembrava. Ele tinha xingado onde estavam.

Mas era pelo pensamento, certo? Tinha problemas?

— Eu meio que... hã... pensei sobre? — disse Harry sem jeito.

Draco semicerrou os olhos, parecendo de repente alarmado e dando uma descarga elétrica em sua flecha de mercúrio, apontando para a besta que se esgueirava.

— Onde você pensou?

— Sei lá. No mato.

— Sem gracinhas, Harry — cortou rudemente. — Qual parte da trilha?

— A que eu caí...?

Draco apontou a flecha em direção a Harry que levantou os braços em rendição, bufando ao tentar se lembrar e permanecendo de olho no enorme bicho que se esgueirava, apenas espreitando.

Até que ele sentiu algo. A cicatriz ardeu mais uma vez.

Ele soltou um chiado, colocando a mão na testa e sentindo uma tontura estranha, como se a presença de algo estivesse tentando apoderar dos seus pensamentos.

Elementais e o Herdeiro de Godin | DRARRY (HIATUS) Onde histórias criam vida. Descubra agora