03. Lobos

10.8K 1.6K 6.3K
                                    

NOTAS DA AUTORA: LEIAM AS NOTAS FINAIS!!

Indico ouvirem com "Natural - Imagine Dragons".

Boa leitura, y'all.


Aquele dia parecia típico dentro da Castelobruxo.

Harry estava sonhando tranquilamente, deitado na cama com lençóis felpudos e sentindo a maciez da fronha contra a bochecha. Os amigos dentro do dormitório nem o incomodavam, era reconfortante ter gente por perto.

Não se sentir sozinho.

— ACORDA! — Harry é chacoalhado para os lados de forma agitada e sua fronha é retirada, deixando-o à mercê do frio.

— O quê... Draco?! — brada Potter irritado, coçando os olhos e reparando todas as camas já arrumadas e evacuadas.

— Está achando que está em um acampamento de férias? — retruca acidamente, jogando um uniforme preto com o símbolo do fogo no garoto.

Agora Harry parou para analisar o loiro à sua frente.

Roupas pretas, mas com o fundo azulado, o símbolo dos raios no peitoral. As mãos cheias de anéis e uma pedra azul escura brilhava no peito dele, contrastando com o piercing prata nos lábios.

Draco possuía muitas tatuagens. Na realidade, todos pareciam possuir muitas tatuagens ou pelo menos alguma.

— Se for para me secar esse tempo todo, é melhor tirar uma foto — disse Draco, irritando Harry que levantou da cama empurrando tudo.

— Tirar foto do quê? Dessa raiz precisando de retoque?

— Meu cabelo é assim de natureza, novato — cospe Draco, arrumando a postura e desviando o olhar quando Harry começou a trocar de roupas.

Belas pernas, pensou ele.

— Você está atrasado — pontua. — Nós acordamos sempre às 6h em ponto. Provavelmente o café da manhã já está sendo retirado pelos elfos, mas como você não pode treinar sem comida, acho bom se apressar. Costumam dizer que seu treinador é impiedoso.

Harry pisca, sentindo a sonolência aos poucos desgrudando de seu corpo.

— Você é meu treinador.

— Touché — sorri cretino, fechando a porta com força.

Harry escova os dentes rapidamente e vai em direção ao salão principal, comendo o que tinha pela frente. Analisou o teto onde tinha uma grande deusa no meio de uma mesa com pessoas distintas.

O menino deduziu que fosse Godin no centro, mas ao redor ficou confuso. Eram figuras bem ilustradas, cada uma com personalidades e roupas diferentes.

— São os elementos — explica Izzy, sentando ao lado dele e roubando uma uva. A menina estava com os cabelos em um rabo de cavalo e a pedra brilhando no peito.

— Achei que não fossem pessoas.

— Eles são alguma coisa — dá de ombros. — No começo não tinha nada. Só o eco. Godin gritou em tristeza a solidão, e sem querer criou o ar de sua boca. Chorou ao não ter ninguém que a ouvisse, e assim criou a água. Depois de dias e mais dias chorando a procura de algo, sentou no meio do nada, e de seus pés criaram-se raízes profundas que tornou tudo verde e assim ela criou a terra.

— E o fogo?

O rosto de Izzy endureceu e ela suspirou, engolindo mais uma uva e encarando Harry com a garganta entalada.

— O fogo veio da destruição. Godin resolveu parar de chorar pela solidão, então ela ficou com tanta raiva que explodiu todos os elementos para longe com faíscas saindo de suas mãos — explicou Izzy com um olhar distante. — Ela ao menos percebeu que tinha criado algo da sua dor.

Elementais e o Herdeiro de Godin | DRARRY (HIATUS) Onde histórias criam vida. Descubra agora