09. Um Ato

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Leiam com "Back To You - Louis Tomlinson"

Boa leitura, y'all.


O banheiro do bar era grande e quente, tinha alguns adereços de madeira e o cheiro forte de pinho era presente. As cabines eram bem dispostas e tinha um enorme espelho acompanhado de uma pia de mármore preta.

Era aconchegante e se assemelhava um pouco com os restaurantes de granfino que Harry costumava frequentar nos seminários nos hospitais com a sua mãe.

Draco fechou a porta e encarou o menino que estava sentado na pia, com as pernas cruzadas e o semblante de constrangimento. O loiro suspirou, encostando-se na porta da cabine e fitando o moreno que estava a sua frente.

— Que desconfortável — comenta Harry, mordendo sua bochecha.

Draco encarou seu relógio e riu ao ver que tinha bastante tempo ainda.

— É como uma adaga no meu peito — provoca com um sorriso ladino.

— Ui, eu mexo tanto assim com você?

— Cala a boca. Você mexe com meus nervos.

— Ainda bem que não de neurônios, né, porque você não tem nenhum.

Draco riu, negando com a cabeça.

— Muito chato para o meu gosto.

— Isso tudo é tensão sexual acumulada — assobia Harry travesso. — Não te culpo. É assim que funciona com todos.

Draco teve que segurar na barriga para não morrer de rir com a afirmação do menino, tentando organizar os pensamentos sem que a palavra "SEM NOÇÃO" gritasse aos montes.

Por fim, respirou fundo e limpou as lágrimas no canto dos olhos.

Harry se sentiu estranho. Por que era assim tão engraçado ficar com ele?

— Isso nunca aconteceria — afirma convicto. — Você não faz meu tipo.

— Eu não faço seu tipo? — Draco negou. — Então qual é seu tipo?

— Alguém que se importe — disse na lata, causando um arrepio estranho em Harry. — Não se importe com coisas fúteis como objetos. Que se importe com a história, a cultura e todo o trajeto de seu próprio povo. Alguém politizado e que saiba discernir o que é bom dentro de seu elemento e escola. Você não é nenhuma dessas coisas.

Harry o encarou congelado, sentindo seu peito afundar e empinou o nariz pomposamente.

Que se dane.

— Que ótimo — deu de ombros. — Eu que não queria ficar com você.

Draco revirou os olhos, se aproximando do menino e passando suas duas mãos ao redor das coxas dele, tocando a pia e mantendo a distância do corpo quente; o olhar frio e distante.

— Pessoas são passíveis a mudanças — recita. — Acredito que você consiga melhorar se enfiar nessa cachola que está dentro de outro sistema. Está vendo isso?

Draco segurou a mão quente que suava e apontou em direção a veia que corria em seu pulso. Mantinha-se firme na mensagem.

Talvez com paciência Harry entendesse.

— Isso é sangue ancestral. Honre-o.

O relógio de Draco apitou e ele deu mais uma última encarada no moreno antes de dar meia volta, as mãos nos bolsos e a postura retraída para não esbarrar com ninguém no meio do caminho.

Honre-o. Harry testou as palavras nos lábios novamente.

Honrar. Sim. Não soava mal.

Ao sair do banheiro, esbarra em um peito forte e um perfume bem característico que já conhecia há muito tempo e vinha ficando de pernas bambas por ele.

Elementais e o Herdeiro de Godin | DRARRY (HIATUS) Onde histórias criam vida. Descubra agora