23. Mal Nenhum

9.1K 1.3K 3.2K
                                    

Capítulo dedicado ao meu jardim de flores, a gadinho suprema de mulheres bonitas — e não sou eu —, a única sulista que eu gosto. Feliz aniversário, benzinho! Aproveite o capítulo.

Leiam com "Possibilty - Lua Nova".

Boa leitura, y'all.


A água batia na pele quente e beijava todas as nuances e pintas que preenchia a estrutura pouco musculosa. O corpo estava com pequenas bolinhas de arrepio, o frio batendo em sua derme e sendo esquentado pela água quente, causando um choque térmico enervante.

Harry passou os dedos pelos cabelos cheios, esfregando o xampu com mais força, bocejando como um gatinho. Era manhã e seu corpo já pedia um descanso prolongado, mas tinha prometido correr todos os dias com Draco.

Terminou de se banhar com rapidez, cruzando a toalha em sua cintura e enfiando a escova de dentes na boca, a careta de dor pelas costas estarem cada dia mais pesadas.

Piscou os olhos verdes de forma molenga, os cabelos pingando nas costas. Ele odiava acordar cedo.

Se lembrou das diversas discussões que já teve com sua mãe a respeito de estudar de manhã, sentindo a saudades apertando seu peito. Sua mãe fazia muita falta.

Cuspiu na pia e retrocedeu alguns passos, sem olhar direito para o chão escorregadio, tropeçando no tapete com força e batendo sua testa na parede e caindo com tudo no chão.

— AÍ — exclamou alto de dor, sentindo seus olhos se encherem de lágrimas. — Fuck. Fuck. Fuck!

A sua visão tornou-se turva com rapidez e o deixou tonto, pequenos pontos pretos preenchendo sua visão e o deixando com náuseas. Sua lombar doía muito e ele gemeu longamente, ouvindo seu nome ser chamado consecutivas vezes.

Piscou os olhos extremamente verdes, tentando visualizar qualquer coisa que não fosse um completo apagão. Por fim, desistiu e encostou sua testa nas mãos, esperando a dor passar.

Seu ouvido zunia levemente pelo som da pancada e pareceu que ele tinha ido para outro planeta, pois ao menos percebeu a porta sendo praticamente arrombada pelos pés de Draco.

O loiro ouviu o som ensurdecedor da queda e foi automático entrar como se fosse o desespero de que algo pior tivesse acontecido.

— Harry? Está bem? — perguntou preocupado, a testa enrugada. — Pisca para mim se estiver ouvindo.

— Eu estou te ouvindo — murmurou de volta, a voz totalmente fraca. — Bati muito forte. Estou vendo pontos pretos.

— Onde você bateu?

— Na testa. — Apontou para enorme mancha vermelha. — E caí com tudo no chão.

Draco prendeu os lábios entre os dentes, segurando a enorme vontade de rir ao ver a expressão de dor e imaginando o tombo que devia ter sido hilário.

Harry abriu um dos olhos, semicerrando de forma suspeita.

— Você quer rir — acusou.

— Não — riu fraco. — Não tem graça. Você se machucou.

Uma risada rebelde saltou dos seus lábios e ele mordeu o punho, sendo fuzilado pelo garoto que estava praticamente morrendo de dor pelo tombo feio.

Ainda assim, era extremamente engraçado.

— Pode rir — bufou.

— Eu não... — E explodiu em risadas altas, ficando vermelho de tanto que ria e deixando Harry levemente irritado.

Elementais e o Herdeiro de Godin | DRARRY (HIATUS) Onde histórias criam vida. Descubra agora