Carol’s P.O.V.
A minha cabeça está longe durante todo o almoço. Não consigo deixar de pensar no reencontro com o Gonçalo e na forma como o Louis me chamou babe, se fingiu de meu namorado, entrelaçou as nossas mãos… E depois abraçou-me e deu-me um beijo na cabeça, sem fingimentos, genuinamente. É que eu quero acreditar que não vai acontecer nada, mas depois ele faz estas coisas e eu, de certa forma, fico esperançosa e…
“Carol!” – a Madalena praticamente me grita, resgatando-me dos meus pensamentos – “Não comeste nada, ainda.”
“Ah… Eu não tenho fome.” – respondo.
“Mas está tudo bem? Sentes-te maldisposta ou assim?” – a Raquel pergunta.
“Não, apenas não tenho fome. Não fiquem preocupadas.” – tento descansá-las e elas apenas encolhem os ombros, desviando a atenção de mim.
Brinco com a comida que se encontra no prato de plástico e sinto os meus olhos molhados. Engulo em seco e tento afastar as lágrimas dos meus olhos. Nem se quer entendo porque é que estou assim. Se calhar é porque estou apaixonada... Não, eu não posso estar apaixonada por alguém que conheci há pouco mais de uma semana. Não posso chamar isso de amor… Ou posso? É que eu sinto-me numa confusão tão grande e, neste momento, eu só queria poder fugir e refugiar-me num sítio onde os meus pensamentos e sentimentos ficassem mais claros e simples de entender.
Levanto-me bruscamente do banco onde estou sentada e começo a correr para longe, para que ninguém perceba do ataque de choro que me está a assomar. Eu não consegui controlar mais e agora eu só quero parar de chorar, porque me sinto verdadeiramente ridícula ao fazê-lo, e não consigo.
Sentei-me encostada a uma árvore, com os joelhos colados ao peito e o olhar fixo num ponto qualquer. Respirei fundo várias vezes, numa tentativa de parar de chorar. Comecei a ouvir passos atrás de mim e, por momentos, fiquei realmente aterrorizada até ver Louis ao meu lado. Não era exatamente a pessoa que precisava de ver neste momento, mas é melhor do que ser um bandido.
“O que se passa?” – ele pergunta e eu não respondo. Não posso dizer-lhe o que se passa comigo. Iria tornar-me mais ridícula do que já sou ao estar a chorar por um motivo tão patético como este.
Agradeço-lhe mentalmente por não fazer mais perguntas e sentar-se ao meu lado, em silêncio. O seu braço rodeia os meus ombros e puxa-me para si, ficando assim comigo durante vários minutos, em silêncio.
“Devíamos voltar. Eles devem estar preocupados.” – eu finalmente digo, livre de todas as lágrimas de à pouco.
“Tens a certeza que estás bem?” – ele pergunta, visivelmente preocupado, e eu aceno afirmativamente, forçando um curto sorriso.
Caminhamos lado a lado, sendo a nossa diferença de alturas bem visível, embora ele não seja muito mais alto que eu, até chegarmos junto do pessoal. Todos parecem estar verdadeiramente preocupados comigo, começando a fazer demasiadas perguntas, mas eu sorrio para aligeirar as coisas, garantindo que está tudo bem, que foi só um ataque de choro estúpido e infundado.
Arrumamos as coisas todos juntos, desanuviando o ambiente e desviando o assunto de mim, e preparamo-nos para voltar à praia. O Liam e o Louis ainda precisam de ir tratar de tudo para poderem ir surfar daqui a pouco. Caminhamos todos juntos em direção à praia, embora eu esteja mais atrás e Louis esteja ao meu lado. Acho que ele, mesmo não sabendo o que se passa comigo, quer certificar-se de que estou bem e não tenho uma recaída no choro. Ao chegarmos à praia, dispo a minha roupa, ficando apenas de biquíni e estendo-me ao sol, ao lado das outras raparigas.
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Dream | l.t. ☑
FanfictionNem sempre as coisas são como queremos. Nem sempre as coisas são como sonhamos. Na verdade, raramente as coisas são como queremos e sonhamos. E, às vezes, a vida resume-se só e apenas a isso: a um sonho, mesmo que ele nunca se tenha chegado a realiz...