Capítulo 47 - Acidente

173 13 2
                                    


Carol's P.O.V.

Eu e as raparigas estamos a jantar e o único som audível é o dos talheres a baterem nos pratos. A Madalena já está a par da pequena discussão que ocorreu hoje entre o Louis e o Zayn e isso só contribuiu para que ela se fosse mais abaixo. Custa-me vê-la assim, porque, de algum modo, eu sei como é lidar com o final de uma relação com alguém de quem gostávamos muito. A questão é que ela tem muita pressão da media em cima; não diretamente, mas toda a gente quer saber o que o Zayn está a fazer e porque é que já não é visto com a "namorada portuguesa". É muito peso para ela suportar sozinha.

"Eu já não o conheço..." - a Madalena, finalmente, murmura e não há nada na sua voz além de desilusão.

"Honestamente, acho que já nenhuma de nós o conhece." - confesso - "Aposto que já nem ele sabe quem é realmente."

"Ele está só a ser enganado. Mas, um dia destes, ele vai abrir os olhos e perceber toda a merda que fez." - a Nonô fala e eu assinto, concordando.

"Mas, nessa altura, vai ser tarde demais." - a Madalena responde, levantando-se, colocando o seu prato na máquina e indo para o quarto.

Eu e a Nonô partilhamos um olhar e eu solto um suspiro alto. Não sabemos como havemos de lidar com ela. É mesmo muito complicado. Ela não mostra muito os sentimentos, esconde-se constantemente, mal fala ou sai de casa.

"Resta-nos dar-lhe tempo, não é?" - Nonô pergunta-me, como se adivinhasse os meus pensamentos.

"Acho que sim." - suspiro, terminando de jantar.

***

(3 dias depois - 9 de maio)

Hoje é sábado e podia ser um dia de descanso se eu não tivesse de trabalhar na cafetaria até às quatro da tarde e se não tivesse uma data de trabalhos para acabar depois disso. Ultimamente, tenho tido dias de doidos. Tenho mil coisas para fazer, porque o ano está a terminar e as avaliações vão começar em breve. Tenho de estudar para as frequências, fazer trabalhos e ainda tenho o trabalho na cafetaria.

Quando saio do banho são oito da manhã, o que quer dizer que tenho menos de meia hora para sair de casa e ir para a estação de metro. A única maquilhagem que coloco no rosto é o lápis na linha de água e um rímel e saio de casa meio a correr, ainda a tomar o meu pequeno-almoço. Deixei-me estar demasiado tempo no banho e atrasei tudo.

Quando, no último segundo, entro no metro, respiro finalmente fundo. Sinto o meu telemóvel a vibrar no bolso do casaco, por isso apresso-me a retirá-lo para atender a chamada, que descubro ser de Louis.

"Bom dia, babe. Estou a caminho de tua casa para irmos ter um dia a dois." - o meu namorado fala, num tom bem-disposto.

"Bom dia, amor." - eu respondo - "Hoje seria um dia perfeito para isso se eu não estivesse no metro a caminho do trabalho e não tivesse mil e uma coisas para fazer."

"Estás a falar a sério?" - Louis pergunta-me, num tom sério que substituiu o alegre que tinha anteriormente.

"Sim. Tu sabes que os meus dias não têm sido nada fáceis e vai ser assim até ao final de maio e inícios de junho. Já te tinha explicado, Lou." - respondo.

"A sério que tu me estás a fazer isto? Porra, custava muito pedires só um dia para nós? Tens passado o teu tempo todo a estudar e a trabalhar. E eu? Onde é que fico nesta história?" - Louis quase me grita e eu sinto-me a ficar realmente furiosa por ele não estar a fazer o mínimo esforço para perceber a minha situação.

"A culpa é minha, então?" - eu falo, num tom irónico, tentando não falar demasiado alto porque estou num transporte público - "E quando o teu trabalho interfere na nossa relação? Que é na maioria das vezes, a propósito."

Dream | l.t. ☑Onde histórias criam vida. Descubra agora