Louis' P.O.V.
Como cheguei ao hotel tarde ontem à noite, por ter saído tarde de casa da Carol, ainda estava a dormir, quando, por volta das onze e meia da manhã, o meu telemóvel tocou. O nome da minha mãe estava no visor.
"Mãe?" – pergunto, estranhando o facto de ela me estar a ligar agora.
"Louis..." – ela murmura e eu percebo que há algo de errado.
"O que se passa, mãe?" – pergunto, preocupado.
"Eu não queria estragar as tuas férias, mas... Eu acho que tu mereces saber isto." – a minha mãe diz, deixando-me ainda mais preocupado.
"Mãe, diz de uma vez!" – peço.
"O teu avô... O meu pai... Ele morreu esta madrugada." – a minha mãe pronuncia, enquanto chora.
Por momentos, sinto que o meu coração parou de bater. Parece-me que o tempo à minha volta parou e eu tento repetir vezes e vezes sem conta, na minha cabeça, que isto é mentira. O meu avô foi uma pessoa que sempre me criou, que cuidou de mim como se eu fosse filho dele. Isto não pode estar acontecer, não pode.
"Não, mãe." – eu murmuro, tentando controlar-me para não chorar. Tu não vais chorar, tu não vais chorar; repetia mentalmente.
"Eu lamento, querido." – ela funga – "Ele teve um AVC e como estava sozinho, quando o encontrámos esta manhã ele já tinha... morrido." – a minha mãe soluça.
Desligo o telemóvel quando deixo de conseguir impedir-me de chorar. Eu não sou uma pessoa que chora com facilidade mas, merda!, eu perdi uma das mais importantes referências masculinas da minha vida. Às tantas, estou a dar murros às almofadas, numa tentativa de expulsar toda a frustração que sinto. Porque é que as melhores pessoas são sempre levadas de nós? A vida é uma merda. Tudo é uma merda!
Não sei quanto tempo me deixo ficar na cama, deitado e enrolado sobre mim próprio, sentindo-me como uma criança, sentindo-me vazio, sem motivo para sorrir. O meu peito e a minha cabeça doem e eu só penso em como tenho de comprar uma passagem ainda para hoje para Londres, mas o meu corpo não reage.
Batidas fortes soam na porta do quarto de hotel, mas eu ignoro. Não me quero levantar e não quero ver ninguém. As batidas continuam e soam cada vez mais insistentes.
"Louis, abre a porcaria da porta!" – a voz preocupada da minha namorada soa. Aposto que a minha mãe lhe ligou após eu ter desligado a chamada e o telemóvel sem lhe dizer mais nada.
"Porra, abre essa merda!" – Zayn fala também – "Se não abrires, eu e o Harry vamos ver-nos obrigados a arrombar a porta!"
Suspiro. Porque é que eu tenho amigos tão teimosos?
Levanto-me da cama, com algum custo, e vou abrir a porta. Não espero para os encarar ou que entrem para me voltar a mandar para a cama. Sinto-me frustrado e triste, ao mesmo tempo. Triste, porque perdi um dos homens que foi mais importante na criação da minha personalidade; frustrado porque não é justo que Deus, ou o que seja que exista acima de nós, o tenha levado de mim, assim, sem aviso prévio.
"Louis..." – a voz de Carolina chama-me, num tom calmo.
"Não me digas nada!" – eu berro.
Sei que estou a ser injusto, rude e mal-educado com toda a gente, mas estou revoltado. Estou de cabeça quente e, neste momento, não tenho como agir de outro modo. Não consigo. Não sou capaz.
"Louis!" – Zayn berra-me de volta, repreendendo-me – "Importas-te de não seres um filho da mãe e deixares que nós te ajudemos?"
Grunhi. Ele tinha razão, mas eu estou tão zangado, tão magoado, tão... Tão vazio, sem saber como reagir.
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Dream | l.t. ☑
FanfictionNem sempre as coisas são como queremos. Nem sempre as coisas são como sonhamos. Na verdade, raramente as coisas são como queremos e sonhamos. E, às vezes, a vida resume-se só e apenas a isso: a um sonho, mesmo que ele nunca se tenha chegado a realiz...