(três semanas depois – 8 de junho)
Carol's P.O.V.
Amanhã faz um mês desde o acidente e o Louis continua em coma. Mais tarde ou mais cedo, os médicos vão desligar as máquinas e já nos começam a dizer que temos de nos mentalizar que ele não vai acordar. Quem são eles para me dizer isso? Simplesmente não consigo entender como conseguem ser tão frios, tão sem coração.
Começo a ficar desesperada e cada vez mais sem esperança; essa é a verdade. Eu sinto-me como se o tempo se estivesse a esgotar e a verdade é que está. Se o Louis não acordar muito em breve, eles vão desligar as máquinas e eu vou perdê-lo para sempre. Eu já não sei viver num mundo sem ele, num mundo onde não haja o seu sorriso e a sua voz melodiosa. O meu mundo passaria a ser muito escuro e, honestamente, não sei se era capaz de sobreviver num mundo onde ele não estivesse ao meu lado.
Um grito e um choro desesperado captam a minha atenção e eu olho para o balcão da receção, onde Jay se encontra encostada a chorar de forma desesperada. Levanto-me rapidamente da cadeira onde estava sentada e corro até ela.
"O que se passa?" – questiono, abraçando-a.
"Eles querem matar o meu filho." – ela grita e eu sinto o meu coração partir-se, mais uma vez. Engulo em seco, tentando não chorar. Preciso de ser forte por ela.
"Minha senhora, vai ter de se acalmar." – a rececionista diz, numa voz irritante que me faz odiá-la.
"Jay... Calma. Explique-me melhor." – peço, tentando que ela respire devagar e me consiga explicar melhor o que se está a passar.
"Eles disseram que amanhã vão desligar as máquinas e matar o meu filho." – ela chora ainda mais – "Eles não podem fazer isso! Eles não podem tirá-lo assim de mim!"
Fecho os olhos, tentando conter toda a dor dentro de mim. Não chores, Carolina. Sê forte. Abraço Jay com força, mas sinto-me demasiado pequena para ser capaz de a confortar da maneira como devia. Sinto-me uma formiguinha, pronta a ser esmagada por uma enorme pedra que me vai sufocar.
Quando nos soltamos e Jay me encara de forma tão vazia, tão triste, eu não sou mais capaz de prender as lágrimas. Elas escorrem a uma velocidade incrível pela minha cara e soluços altos escapam pela minha boca. O meu peito dói e eu sinto-me, realmente, como se uma enorme pedra estivesse no meu peito, a prender-me a respiração. O meu coração bate desenfreadamente.
A minha única reação é virar-me de costas para Jay não me ver a fraquejar deste modo. Neste momento, aquilo que ela menos precisa é de alguém que se vá igualmente abaixo. Caminho até ao canto onde estava sentada e deixo-me escorregar pela parede, encolhendo os joelhos contra o peito e escondendo a cara no meio destes. Eu não aguento isto – é a única coisa que consigo pensar. Se ele morrer, eu morro também.
Os braços envolvem o meu tronco e eu olho para encarar Liam. Também ele, tal como Niall e Harry, têm sofrido muito. Todos os dias, estão aqui connosco. Niall já nem disfarça a dor que sente; Harry vai tentando controlar-se; Liam tem tentado manter-se forte, mas nos últimos dias tem andado cada vez mais em baixo. Ambos soluçamos alto e eu sinto-me como se nem todo o ar do mundo pudesse encher os meus pulmões.
"Eu não estou preparada para o perder." – murmuro, num fio de voz.
"Nós não o vamos perder." – Liam fala, tentando parecer confiante.
"Sabes que as probabilidades de isso acontecer estão abaixo de zero, Liam! Não tentes fazer de mim parva! Não quero mais ilusões. No último mês, tudo o que fiz foi iludir-me e acreditar que tudo ia ficar bem. E olha ao que isto me trouxe! Ele vai morrer e nenhum de nós pode fazer nada contra isso!" – berro, mas logo me arrependo – "Desculpa, Liam, mas não consigo mais ser positiva."
"Carol, há uma réstia de esperança e eu vou acreditar nela até que aquelas máquinas sejam desligadas!" – Liam diz-me, de forma determinada – "Nós vamos rezar, falar com ele e esperar por um milagre! Ultimamente, a minha fé tem andado um pouco abalada mas, neste momento, ela é tudo o que tenho e eu vou-me agarrar à fé com tudo aquilo que tenho. O Louis não nos vai deixar, ouviste?"
Assinto afirmativamente, embora não esteja tão confiante como ele – ou pelo menos, como ele quer parecer que está. Liam levanta-se e dá-me uma mão para me ajudar a levantar.
"Queres ir tu primeiro ao quarto, ou queres que vá eu?" – ele questiona-me – "Eu já estive a falar com a Jay. Hoje vamos alternar entre o quarto e a capela do hospital. Pode ser?" – assinto – "Queres que vá primeiro ou algum dos rapazes?"
"Não, eu vou." – respondo, decidida.
Limpo as lágrimas no meu rosto, dou um último abraço a Liam e caminho até ao quarto onde o meu namorado está. Tenho feito este caminho tantas vezes, todos os dias, que o poderia fazer de olhos fechados, mas isso só me faz perceber o quão terrível esta situação é. Sento-me e respiro fundo. Preciso de ganhar para coragem e, acima de tudo, tentando não chorar.
"Custa-me dizer isto, mas estamos a desistir de ti." – começo – "Já passou um mês, os médicos estão permanentemente a insistir que tu não vais acordar e dizem que vão desligar as máquinas. Não quero aceitar isso e tu não deverias querer também. Deverias querer lutar para voltares para junto de nós!" – faço uma pausa – "Quanto eu te digo que te amo, não é porque eu te quero ou porque não te posso ter. Não tem nada a ver comigo. Eu amo o que tu és, o que tu fazes, como tu tentas. Eu já vi a tua bondade e a tua força. Eu já vi o melhor e o pior de ti. Eu percebo com perfeita clareza o que tu és. E, por isso, peço-te que não desistas. Que lutes. Porque nós também estamos todos a lutar por ti e nós não vamos desistir." – limpo as lágrimas que escorrem a alta velocidade pelo meu rosto – "Estamo-nos a agarrar a tudo o que temos e até ao que não temos. Estamos a tentar ter fé e a tentar acreditar que vais acordar e voltar para nós. Mas não fazemos nada sozinhos. Tens de querer voltar para nós. Então, por favor, luta e não me deixes, porque eu já não sei como viver num mundo sem ti." – soluço alto, mas tento regularizar a minha respiração – "Eu amo-te. Volta para mim, por favor."
Inclino-me um pouco sobre o corpo do meu namorado, colando os nossos lábios. Várias lágrimas minhas caem sobre o rosto do meu namorado, mas logo de seguida eu as limpo. Deixo mais um beijo suave nos seus lábios e abandono o quarto, trocando com Liam e juntando-me a Jay na capela do hospital.
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Olá! Parece que os capítulos tristes nunca mais acabam... Será que as máquinas vão efetivamente ser desligadas? Vão ter de esperar pelo próximo capítulo para descobrir. Será que o drama vai acabar?
Votem e comentem! Beijinhos
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Dream | l.t. ☑
FanfictionNem sempre as coisas são como queremos. Nem sempre as coisas são como sonhamos. Na verdade, raramente as coisas são como queremos e sonhamos. E, às vezes, a vida resume-se só e apenas a isso: a um sonho, mesmo que ele nunca se tenha chegado a realiz...