Carol's P.O.V.
Aperto o botão do blazer preto que visto por cima do meu vestido e estou pronta [link externo]. Esta noite vai realizar-se o nosso jantar de despedida antes de irmos para Londres, onde eu e as raparigas decidimos reunir amigos e familiares. É óbvio que depois do jantar vamos sair para o Bairro Alto, mas nesse momento os nossos pais já não vão connosco.
"Estás pronta?" – a minha irmã pergunta-me, terminando a sua maquilhagem.
"Sim." – sorrio e ambas descemos até à sala, onde os nossos pais estão à nossa espera para irmos para o restaurante.
O meu telemóvel começa a tocar e eu quase reviro a minha pequena carteira para o encontrar. Quando finalmente o tenho na mão, sorrio ao ver o nome de Louis escrito no ecrã. Apresso-me a atender, indo para a rua, para ter mais rede e o conseguir ouvir melhor.
"Boa noite, princesa." – ele diz, no seu tom de voz brincalhão mas, ao mesmo tempo, carinhoso.
"Boa noite!" – eu respondo, entusiasmada – "Oh meu Deus, tenho tantas saudades tuas."
"Babe, ainda só passaram dois dias." – ele diz.
"Eu sei. Vejamos o lado positivo: já só faltam seis para podermos estar juntos outra vez!" – eu digo, animada pela rapidez com que o tempo estava a passar.
"Sim! Tenho pena é que vá ser por tão pouco tempo, mas já vai dar para matar saudades." – ele responde – "Sempre vais ter o tal jantar de despedida hoje?"
"Sim, vou agora mesmo sair de casa." – respondo – "E tu, o que vais fazer?"
"Vou para casa do Stan. Vamos fazer uma noite de gajos, a ver futebol e a beber cerveja." – ele ri – "Temos de aproveitar para matar saudades dos velhos tempos."
"Fazes bem." – eu sorrio, mesmo que ele não me esteja a ver – "Quero conhecer o Stan, um dia destes. Tenho muitas coisas que lhe quero perguntar."
"Ui, até tenho medo. Mas tu vais conhecê-lo." – ele afirma.
"Lou, vou ter de desligar." – eu afirmo, vendo os meus pais a fazerem-me sinal para irmos embora – "Falamos amanhã?"
"Sim, eu ligo-te. Amo-te." – ele diz.
"Também te amo." – respondo, desligando depois a chamada.
Arrumo o telemóvel de novo na minha carteira e entro no carro, onde os meus pais e a minha irmã já me esperam. O caminho até ao restaurante é animado e conversamos sobre variadas coisas. Durante o tempo que estive com os rapazes, em tour, apercebi-me que tive mais saudades dos meus pais do que esperava. A verdade é que eu tanto tenho uma excelente relação com eles, principalmente com a minha mãe, como andamos sempre a discutir por tudo e por nada. Creio que foi uma espécie de treino para o tempo todo que vou estar afastada deles em Londres.
Ao chegarmos ao restaurante, podemos constatar que os pais das raparigas já lá estão, bem como os nossos amigos que convidámos, por isso fomos os últimos a chegar – por minha culpa.
"Desculpem o atraso, mas aqui a menina Carolina esteve a namorar pelo telemóvel e nunca mais se despachava." – o meu pai goza-me e eu reviro os olhos.
"Mas vamos entrar ou não?" – pergunto, mudando de assunto e fazendo todos gargalhar.
O principal motivo pelo qual não quis continuar com aquele assunto foi pelo facto de estarem aqui amigos meus que não sabem quem é o meu namorado e eu não quero que se saiba, pelo menos, para já. Eu sei que, algum dia, o mundo vai ter de saber que eu e o Louis namoramos, mas talvez ainda não seja a altura certa.
O jantar decorre com animação e todos nos divertimos imenso, apesar disto ser um jantar de despedida. Eu e as raparigas quisemos marcá-lo apenas para aproveitarmos para reunir as pessoas de quem gostamos uma última vez antes de irmos embora, daqui a alguns dias. Depois do jantar, despedimo-nos dos nossos pais e metemo-nos no autocarro até ao Bairro Alto.
"Então, tu tens namorado e não contas nada aqui às amigas?" – Beatriz, uma das minhas amigas, pergunta.
"É uma questão um pouco complicada." – eu digo, forçando um sorriso – "Eu prometo que assim que eu puder, eu conto-te tudo, mas agora é melhor não."
"Tudo bem." – ela diz, sorrindo – "Tu mereces ser feliz longe do traste do Gonçalo."
Eu sorrio e aceno afirmativamente, concordando com a sua afirmação. Tudo o que eu quero daquele idiota é distância, sobretudo agora que estou tão feliz.
Chegamos ao Bairro e entramos num dos bares que costumamos frequentar e do qual conhecemos o pessoal que lá trabalha. Ficamos por lá durante o pouco, a dançar e a conversar, e depois saímos para um outro, onde outros amigos nossos estão à nossa espera. Contudo, ao entrar nesse mesmo bar, eu sinto a minha noite totalmente estragada ao chocar com Gonçalo.
"Carol..." – ele diz, sem se quer sair da minha frente.
"Tu importas-te de desandar para eu poder passar?" – digo, tentando ser o mais educada que consigo.
"Por favor, deixa-me falar contigo." – ele pede e eu reviro os olhos, suspirando em frustração.
"Tens cinco minutos, nem mais um segundo." – eu aviso-o e ele sorri, o que me faz revirar os olhos de novo - "Menos simpatia e mais ação."
"Carol, eu estou tão arrependido pelo que eu te fiz. Tu não merecias! Tu és uma miúda incrível e eu amo-te. Eu estava cego quando me envolvi com a Mariana, desculpa. Tu és muito melhor que ela e eu amo-te." – ele diz, quase implorando – "Por favor, dá-me mais uma oportunidade."
"Gonçalo, eu achava que tu já tinhas percebido que as coisas entre nós acabaram, de vez." – eu aviso – "Eu não quero mais nada contigo, só mesmo distância. Tu magoaste-me, tu traíste-me e eu nunca mas hei de confiar em ti. Nós já tivemos esta conversa e eu não me quero repetir. Em breve, eu vou-me embora e neste momento estou a curtir a noite com os meus amigos, por isso peço-te que me deixes ir e não me arruínes a noite."
"Mas, Carol..." – ele tenta falar.
"Acabou, Gonçalo, entende isso de uma vez por todas." – eu interrompo-o – "Boa noite."
Afasto-o do meu caminho e vou até às mesas onde os meus amigos estão.
Eu queria poder dizer que este encontro não me afetou, que as palavras dele não tiveram qualquer efeito em mim, mas eu estaria a ser uma mentirosa cínica se o fizesse. A sua presença, só por si, já me afeta, mas as suas palavras tiveram um efeito altamente devastador em mim. Eu já não gosto do Gonçalo – eu agora estou com o Louis e amo-o – mas ele vai sempre mexer comigo, porque ele foi o meu primeiro namorado a sério, o primeiro que me fez acreditar que poderíamos ter realmente um futuro. Contudo, ele destruiu isso e eu odeio-o. Mas ele mexe comigo e essa é a verdade. Por mais que eu não queira, ele acabou de me arruinar a noite e eu não posso mudar isso.
"Estás bem?" – a Raquel pergunta-me.
"Sim." – minto.
"O que é que ele te disse?" – ela insiste.
"Não quero falar do Gonçalo, não agora." – respondo – "Eu prometo que depois te conto, agora não me apetece estragar mais a minha noite."
.............................
Olá :) Aqui está mais um capítulo fresquinho. Sei que não aconteceu assim nada de especial, mas é um daqueles capítulos para, passo a expressão, "encher chouriços". Contudo, tem o momento fofo da conversa de #Couis (sou péssima com ship names) e depois o encontro indesejado da Carol e do Gonçalo. Que acharam? Votem e comentem! Beijiiiinhos
VOCÊ ESTÁ LENDO
Dream | l.t. ☑
FanfictionNem sempre as coisas são como queremos. Nem sempre as coisas são como sonhamos. Na verdade, raramente as coisas são como queremos e sonhamos. E, às vezes, a vida resume-se só e apenas a isso: a um sonho, mesmo que ele nunca se tenha chegado a realiz...