Capítulo 19 - Regresso a Casa

322 25 2
                                    

Alguém sussurra o meu nome ao meu ouvido, fazendo-me abrir os olhos lentamente. Mexo-me o máximo que consigo no assento desconfortável do avião e depois meio que me espreguiço.

"Já chegámos?" – questiono à Madalena.

"O comandante disse que deveríamos aterrar em cinco minutos." – ela explica e eu assinto.

Esfrego os olhos e tento despertar ao máximo. Arrumo todas as minhas coisas – que incluem o iPod do Louis – na minha pequena mochila e depois ato o cabelo, retirando todos os fios dele que se colaram ao meu rosto durante o sono.

"Dormiste alguma coisa?" – pergunto-lhe.

"Um pouco, mas isto é muito desconfortável." – ela responde, obviamente referindo-se aos bancos onde vamos sentadas.

"É verdade." – concordo, remetendo-me depois ao silêncio.

Olho pela janela e observo os pontinhos de luz lá em baixo a ficarem cada vez mais próximos, até se tornarem completamente percetíveis. Quando aterramos, ficamos ainda algum tempo dentro do avião para deixar as pessoas saírem primeiro e depois saímos nós. Caminhamos para o interior do aeroporto e recolhemos as nossas malas. Quando temos todas as malas, caminhamos para a saída, em direção às portas de desembarque, após fazermos a entrada no país. Estão imensas pessoas na saída e tentamos encontrar os nossos pais lá no meio, mas parece uma tarefa difícil, devido ao enorme amontoado de pessoas. Contudo, vemos pessoas a acenarem na nossa direção e percebemos que se encontram um pouco mais atrás. Caminhamos até lá e rapidamente somos envolvidas em abraços por parte dos nossos pais.

"Então, como correu a viagem?" – o meu pai pergunta-nos.

"Correu bem." – a Raquel responde.

"Eu dormi quase sempre, mas sinto-me bastante cansada. O jet lag é a pior coisa de sempre." – resmungo.

Despedimo-nos umas das outras e seguimos, cada uma com os seus pais, para o local onde tinham deixado o carro. Retiro o telemóvel da mochila, desativo o modo de voo e procuro o contacto de Louis para lhe mandar uma mensagem a avisar que já cheguei.

To: Louis

Hey. :) Cheguei agora e correu tudo bem. Estou morta de cansaço e já estou cheia de saudades tuas. Vou entrar em contagem decrescente para saber quanto tempo falta para voltarmos a estar juntos. Amo-te xx

P.S. – Faltam 8 dias. [Parece tão pouco, mas vai passar tão devagar...]

Depois de enviada, volto a arrumar o telemóvel e, quando dou por mim, já estamos em casa. Os meus pais ajudam-nos a carregar as malas até ao nosso quarto e depois despedem-se, indo descansar. Raquel adormece rápido mas, apesar do cansaço que sinto, eu permaneço acordada durante algum tempo.

Tento fazer uma revisão rápida sobre o último mês, mas tudo me parece tão insano. Como é possível que isto tenha, realmente, acontecido? Quer dizer, eu sonhei imensas vezes com isto – e com imensas eu posso garantir que foram mesmo muitas – mas eu nunca acreditei que fosse possível tornar-se realidade, e agora está a acontecer, de verdade. Eu nunca imaginei que isto fosse acontecer, pelo menos, não a mim. Coisas destas não costumam acontecer a pessoas como eu, comuns. De certa forma, eu ainda tenho medo de acordar e perceber que isto é só mais um sonho, mas não me quero mais preocupar com isso. Quero viver este momento ao máximo e tudo o resto são assuntos de menor importância.

Louis' P.O.V.

Acabei de aterrar em Stansted e só agora é que vi a mensagem que a Carol me enviou, uma vez que eu estava no meu voo quando ela o fez. Aqui em Inglaterra já é meio-dia e, estranhamente, está um dia de céu limpo, com um sol bastante radioso e com uma temperatura bastante agradável. Dormi durante grande parte do caminho e sinto-me bastante bem disposto por ir rever a minha família, que já não vejo há alguns meses. Entro na carrinha preta conduzida por Alberto, que me irá guiar até casa. Entretanto, aproveito e respondo à mensagem enviada pela Carol.

Dream | l.t. ☑Onde histórias criam vida. Descubra agora