Liam's P.O.V.
Hoje é o 15ºdia que Louis passa em coma. Tenho-os contado todos, pensei que isso ajudaria o tempo a passar e que o faria acordar mais rápido. Enganei-me. O tempo passa cada vez mais devagar e o Louis não acorda.
Tenho tentado mostrar-me forte. Pelos rapazes, pela Carolina, pelas nossas fãs. Contudo, cada dia é mais difícil. Louis tornou-se no meu melhor amigo depois de Zayn ter saído da banda - e mesmo antes disso, ele já era uma das pessoas mais próximas de mim; tornou-se na pessoa em que eu mais confio à face da Terra e eu não o posso perder. Todos os dias tenho pensado como seria um mundo sem o Louis e todos os dias chego à conclusão de que seria um mundo mais cinzento, mais triste. Louis é alguém capaz de por toda a gente a rir, de irradiar uma sala vazia com o seu espírito e bom humor. Mas eu sinto que isso vai-se perdendo cada vez mais, à medida que o tempo passa e ele continua preso naquela cama de hospital horrível.
Tenho feito um grande esforço para não chorar em frente às pessoas e tenho conseguido. Choro quando estou sozinho em casa, mas cá fora eu sou forte. Não me quero ir abaixo quando as pessoas à minha volta necessitam do meu apoio. Talvez seja errado e, eventualmente, eu vou acabar por rebentar, mas enquanto conseguir conter-me será o melhor.
"Eu vou até ao quarto." – aviso Sophia, Harry, Raquel e Niall, levantando-me da cadeira de hospital. Todos assentem, sem dizerem palavra.
Percorrer este corredor até ao quarto de Louis é sempre um desafio. Por vezes, desisto a meio ou antes de entrar no quarto e fico simplesmente parado. Não sou capaz de aceitar que o meu melhor amigo está reduzido àquela cama de hospital e àquelas máquinas. Abro a porta e caminho lentamente até ao cadeirão que ladeia a cama. Sento-me e levo as mãos ao rosto, esfregando-o. Sinto-me cansado.
"Estou cansado." – murmuro – "Tu não tens culpa, mas estou farto de te ver nesta cama de hospital. Tu és mais que isto, porra! Tu tens tanta vida para viver, tantas coisas para fazer... Não é justo tu estares aí! Luta, meu! Tu não és um gajo de ficar parado à espera que a vida passe por ele. Tu és aquele que traça a perna à vida e não ao contrário; o que é que aconteceu agora? Algo me diz que algo em ti me ouve, por isso ouve o meu pedido: acorda, por favor. Precisamos todos muito de ti; cada vez mais." – faço uma pausa, para tentar evitar que as lágrimas caiam pelo meu rosto – "Ontem, à saída do hospital, uma fã deu-me um CD e pediu-me que o visse em casa e mostrasse ao resto do pessoal, mas ainda não tive coragem de o mostrar. É uma compilação de vídeos teus e, de algum modo, isso fez-me pensar em como seria viver num mundo sem ti, sem o teu sorriso e a tua boa disposição. Mano, ninguém quer viver num mundo assim, por isso eu só te peço que voltes para nós o mais rápido possível. Isto está a tornar-se insuportável para nós, esta dor, este cansaço, e os médicos dizem que não há grandes esperanças. Mas tu és mais forte, eu sei que sim! Não deixe isto vencer-te; tens de ser tu a vencer."
A dor no meu peito aumenta cada vez e eu só tenho imagens estúpidas na minha cabeça de um funeral. As lágrimas caem pelo meu rosto, eu não sou mais capaz de as travar. Eu preciso de ter o meu melhor amigo de volta!
"Eles disseram que, dada a gravidade do teu caso, se não acordasses até fazer um mês desde que estás em coma, ou seja daqui a três semanas, desligariam as máquinas." – eu continuo, entre lágrimas – "Eu sei que tu não és capaz de nos deixar, mas não nos faças esperar mais."
Cubro o rosto com as mãos, sentindo-me envergonhado por estar a chorar que nem um bebé. Só que chega a uma altura em que é muito difícil conseguirmos lidar com as coisas que nos fazem sofrer. Além do mais, pensar que posso perder o Louis só me relembra do quão doloroso foi perder a minha avó no ano passado.
Levanto-me da cadeira, mandando um último olhar, quase suplicante, ao meu melhor amigo. Tento travar as lágrimas, mas não sou capaz. Elas continuam a escorrer pelo meu rosto, fazendo-me sentir fraco, demasiado fraco. Assim que Sophia me encara e se apercebe do meu estado, ela corre na minha direção, abraçando-me. Soluço contra o seu pescoço, sentindo-me como um bebé.
"Ele vai recuperar." – ela murmura – "Eu sei que isto é complicado e que tu tens acumulado todo este peso nos teus ombros, mas tu vais ver que ele vai ficar bem em breve. Ele é forte e tu sabes muito bem disso. Tens de ser forte também."
"Soph... Ele é forte, não invencível." – falo – "Eu tenho tentado acreditar que vai acontecer um milagre e ele vai ficar bem, mas os médicos já disseram mil vezes que ele está numa situação muito complicada."
"Liam, porra, desde quando é que perdeste a fé? A confiança no teu melhor amigo?" – Sophia fala e eu suspiro, deixando que mais algumas lágrimas escapem pelos meus olhos
.
"Sem o Louis, eu nunca mais vou cantar na vida." – digo.
"Então, eu espero bem que aquele filho da mãe acorde." – Sophia brinca, tentando fazer-me rir. Solto um curto esgar de lábios e volto a abraçá-la.
Eu não posso perder o meu melhor amigo.
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FELIZ NATAL!
Olá, amores! Espero que estejam a ter um Natal muito feliz, recheado de amor, prendinhas e doces! :) Contudo, o mais importante é mesmo o amor e a felicidade!
Bem, eu tinha-vos dito que este capítulo iria ser mais pequenino, devido a ser um POV do Liam. Eu quis fazer este capítulo para vos mostrar um outro lado do sofrimento deles - o lado do melhor amigo. Custou-me imenso escrever este capítulo, sobretudo porque eu adoro a amizade do Liam e do Louis e então imaginar esta situação tornou tudo mais dificil. Eu espero que tenham gostado! Votem e comentem, por favor.
Ontem, o nosso (MEU!) Louis fez 24 anos e eu ainda nem estou em mim. Parece que foi ontem que eu entrei para o fandom e ele tinha acabado de fazer 21 anos e agora... Meu Deus, o tempo passa demasiado rápido (só espero que a pausa passe rápido também).
Bem... Um resto de bom Natal e umas boas entradas em 2016. Vemo-nos para o ano! ;)
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Dream | l.t. ☑
FanfictionNem sempre as coisas são como queremos. Nem sempre as coisas são como sonhamos. Na verdade, raramente as coisas são como queremos e sonhamos. E, às vezes, a vida resume-se só e apenas a isso: a um sonho, mesmo que ele nunca se tenha chegado a realiz...