Acabámos de chegar a Philadelphia e quando íamos a sair do aeroporto, juntamente com os rapazes, somos completamente barrados e rodeados por uma enorme multidão de fãs. Não posso dizer que me tenha sentido bem. As imagens do que aconteceu no shopping, no outro dia, reaparecem e eu fico com medo que algo de mal aconteça, mas depois lembro-me que Louis está comigo e que não deixaria que as suas fãs me fizessem mal. Ficámos presos naquele caos durante algum tempo, enquanto os rapazes tiravam fotos e davam autógrafos e, apesar de ter sido tudo bastante calmo e controlado, ouviam-se bastantes murmúrios sobre mim e as raparigas.
Eu percebo-as, eu percebo a posição delas porque até há bem pouco tempo eu estive daquele lado. Contudo, eu sempre achei um exagero que as fãs se queiram intrometer tanto na vida pessoal dos seus ídolos. Tudo bem que nós, enquanto fãs, apenas queremos o melhor, ou aquilo que achamos ser o melhor, mas temos de saber distinguir e perceber que nós estamos aqui para julgar e apreciar a vida profissional e não a vida pessoal. Tem de haver uma distinção, uma barreira que as separe, e se as próprias fãs não a conseguem respeitar, como hão de os papparazzis fazê-lo?
"Estás bem?" - Louis pergunta, apercebendo-se da minha respiração mais pesada que o normal.
Apenas assenti, tentando focar-me em controlar a respiração. Não queria, de todo, ter um ataque aqui, como aconteceu no dia do concerto. Ia ser horrível e aposto que iria parar de imediato a todas as redes sociais e eu não quero mesmo isso. A sensação é sempre a pior do mundo e neste momento eu prefiro não ter de lidar com isso. Felizmente, conseguimos livrar-nos daquela multidão antes que eu ficasse pior.
"Respira com calma." - Raquel indicou-me e eu fi-lo, bebendo depois um pouco do liquido contido no interior da garrafa de água que estava na minha mala - "Estás melhor?"
"Sim, obrigada." - eu respondi à minha irmã e depois encostei-me ao banco da carrinha preta.
Os olhos do Louis estavam presos em mim desde que havíamos entrado na carrinha, mas ele ainda não se tinha pronunciado. Provavelmente, está à espera que lhe explique o que se passou ou vai dar-me um sermão por não o ter avisado que não me estava a sentir bem.
"Para de olhar assim para mim." - pedi-lhe e aproximei mais os nossos corpos, de forma a que eu pudesse descansar a minha cabeça no seu ombro.
"Porque é que não me disseste que te estavas a sentir mal? Eu tinha-te tirado logo dali..." - ele murmura-me, num tom preocupado e eu sorrio suavemente.
"Eu só não te queria preocupar... E, além disso, eu tinha tudo controlado." - eu digo, levando a minha mão até à linha da sua mandíbula e mexendo na sua barba.
"Vê-se que tinhas tudo controlado, Carolina..." - ele ironiza.
"Por favor, não me chames Carolina agora. Pareces o meu pai a dar-me um sermão e eu detesto isso, okay?" - eu digo, afastando-me de si, retomando depois, em voz baixa, para que os outros não tivessem de ouvir a nossa pequena discussão - "Eu entendo que tu me queiras proteger, mas eu tenho de aprender a controlar-me e lidar com situações destas acaba por ser bom para mim. Desta vez, eu não fiquei inconsciente, o que já demonstra alguma evolução quanto aos meus ataques de pânico no meio de multidões."
"Babe..." - ele murmura - "Só não voltes a mentir-me, okay? Deixas-me muito preocupado."
"Okay... Eu prometo que se me voltar a sentir mal, que eu te digo." - eu respondo, terminando esta nossa conversa séria ao depositar um beijo nos seus lábios rosados.
O caminho até ao hotel acaba por não ser muito longo e quando chegamos ao mesmo, está tudo bastante calmo, sendo que não há nenhuma multidão de fãs por aqui. Subimos até ao quarto, mas rapidamente o Louis me pede que vá ter com ele ao hall principal do hotel. Depois de trocar de roupa para algo mais informal, desço até ao sítio onde ele me espera. Encontro-o sentado num banco de um piano de cauda e sento-me ao seu lado, admirando a beleza do instrumento musical de cor preta, brilhante.
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Dream | l.t. ☑
FanfictionNem sempre as coisas são como queremos. Nem sempre as coisas são como sonhamos. Na verdade, raramente as coisas são como queremos e sonhamos. E, às vezes, a vida resume-se só e apenas a isso: a um sonho, mesmo que ele nunca se tenha chegado a realiz...