Dream | l.t. ☑

Capítulo 22 - Mudanças

Desperto lentamente, espreguiçando-me. Abro os olhos, mas rapidamente os fecho devido à claridade que invade o quarto. Pouco depois, abro-os, de novo, mais lentamente para me tentar ambientar à luz do sol. Olho para o outro lado da cama, mas Louis já não se encontra lá. Espreguiço-me, mais uma vez, antes de me levantar da cama. Caminho para fora do quarto e sou atraída até à cozinha pelo cheirinho que se encontra no ar.

"Lighs do down and the night is calling to me yeah..." – encosto-me à ombreira da porta da cozinha, observando Louis a cantar enquanto faz umas panquecas que cheiram deliciosamente.

Ele não reparou na minha presença, por isso resolvi caminhar com pezinhos de lã até si, abraçando o seu tronco nu com os meus braços e depositando curtos beijos nos seus ombros.

"Bom dia, amor." – eu disse, não evitando o sorriso que se havia plantado nos meus lábios.

"Bom dia." – ele respondeu, virando-se dentro do aperto dos meus braços e depois plantando um suave beijo nos meus lábios – "Eu estava para te levar o pequeno-almoço à cama, mas já que a Bela Adormecida despertou sem o beijo do príncipe, acho que te podes sentar que está quase pronto."

"Está bem." – respondo, por entre risos, sentando-me na pequena mesa redonda presente na sua cozinha – "Ainda nem acredito que estou mesmo em Londres!"

"Tecnicamente, estás nos arredores, não em Londres." – Louis contraria-me e eu reviro os olhos – "Nota mental: nunca irrites a Carolina quando ela acabou de acordar."

"Nota em altifalante, que é para ver se não te esqueces: não me chames Carolina." – eu respondo, enquanto ele me serve panquecas com Nutella, e que têm um cheiro absolutamente divinal.

"Como eu adoro chatear-te!" – ele diz, rindo e eu dou-lhe um murro no braço – "Autch, essa doeu!"

"Era mesmo para doer!" – respondo, fazendo-lhe uma careta e depois começando a comer as minhas panquecas. Lembro-me que eu e o Louis deveríamos ter uma conversa séria, então talvez esta seja a altura certa – "Louis, agora falando muito a sério, eu e tu temos de conversar."

"O que é que se passou?" – ele pergunta, preocupado.

"Nada, é só que..." – eu suspiro e paro de comer – "Nós tínhamos falado que o mês passado era, de certa forma, o mês de experiência para sabermos se as coisas entre nós resultavam ou não. E a verdade é que resultaram, foi tudo incrível e ainda está a ser. Contudo... Nós vamos ficar longe um do outro por imenso tempo, a partir de agora, e eu tenho medo que tu ou eu cheguemos à conclusão de que não dá mais."

"Carol, eu amo-te." – ele começa por dizer – "Sim, vai ser difícil nós estarmos longe durante tanto tempo e as saudades vão fazer-nos desesperar muitas vezes, mas eu acho que aquilo que sentimos um pelo outro é muito mais forte que tudo o resto. Se não quiseres passar por isto, eu entendo, mas eu acho que nós somos capazes, nós podemos fazer isto."

"Sim, tens razão." – eu suspiro – "É que eu tenho medo, percebes? Eu não te quero perder, de todo, mas eu tenho medo que as coisas comecem a correr mal."

"Tu amas-me, certo?" – acenei afirmativamente, sem hesitar – "E eu amo-te a ti. Não há nada para correr mal. Se tu não te estiveres a sentir bem, por favor, fala logo comigo e eu vou fazer o mesmo contigo. Se construirmos esta relação na base da sinceridade, tudo vai correr bem."

"Eu sei, tu tens toda a razão." – eu concordo – "Amo-te."

"E eu amo-te a ti, sua tonta." – ele responde, sorrindo e deixando um curto e suave beijo na minha testa.

Depois de terminarmos de tomar o pequeno-almoço, foi tempo de eu tomar um pequeno e rápido duche e de me arranjar, sendo que o Louis faz o mesmo logo depois de mim. Depois de ambos estarmos prontos, voltamos a carregar as minhas malas para o carro do meu namorado e eu dou-lhe a morada do meu novo apartamento para que ele a possa introduzir no GPS. Fica algures em Paddington, que é um pequeno bairro perto do centro de Londres – segundo o Louis. Ao chegarmos junto do prédio que vai passar a ser a minha casa, avistamos logo a Nonô e a Madalena, já há minha espera.