Olho para o relógio impacientemente e a Raquel, sentada ao meu lado, revira os olhos.
"Tu ainda não paraste de olhar para o relógio desde que aqui chegámos e estás a irritar-me seriamente." – ela diz – "Nem parece que viste o teu namorado há dois ou três dias atrás."
Agora é a minha vez de lhe revirar os olhos, mas ela apenas se ri e encolhe os ombros. Finalmente, à frente do voo que esperamos aparece o sinal de que já aterrou. Este atraso de meia hora deixou-me louca. Como combinado, eu e as raparigas deixamo-nos estar sentadas. Combinámos com os rapazes que seria mais seguro ficarmos aqui e que eles fossem dos últimos a sair, quando o aeroporto estivesse menos vazio. Já passou mais de meia hora desde que o voo aterrou, quando os rapazes finalmente saem. A Raquel tem um olhar desiludido no rosto, pois eu sei que ela ainda tinha esperança que o Niall arranjasse maneira de vir a Portugal e tentar resolver as coisas com ela.
Abraço Louis quando ele chega perto de mim. Apesar de termos estados juntos antes de eu vir para Portugal, já estava a morrer de saudades dele. Já não consigo imaginar a minha vida sem ele. É um pesadelo só pensar nisso.
Saímos do aeroporto e vamos até aos táxis. É mais seguro apanhar um táxi até ao hotel onde os rapazes vão ficar do que irmos de metro, pois gerar-se-ia demasiada confusão. O hotel onde eles vão permanecer é o mesmo em que ficaram em Julho, depois do concerto, e não é muito longe do sítio onde vivemos. Os nossos pais, como é óbvio, não quiseram que eles ficassem connosco e eu percebo o lado deles. Para mim, também seria estranho que o meu namorado ficasse comigo quando os meus pais estão debaixo do mesmo teto que nós.
Ficamos com eles no hotel, uma vez que eles ainda têm de arrumar as coisas, mas a Raquel prefere ir embora. Eu percebo o lado dela, mas odeio vê-la assim.
"O Niall não podia mesmo vir?" – eu perguntei a Louis, quando estávamos sozinhos no seu quarto.
"Eu não sei... Ele só disse que, fosse como fosse, já não valia a pena vir." – o meu namorado respondeu-me – "A tua irmã está muito em baixo, não está?"
"Está... E o pior é que isto só está assim porque eles são orgulhosos e teimosos! Não são capazes de falar um com o outro para resolver as coisas, preferem estar cada um para seu lado a sofrer." – digo.
"Tu conhece-los... Eles não vão resistir muito tempo. Daqui a uns dias, já se falam de novo." – Louis diz.
"Esperemos que sim." – suspiro.
Louis termina de arrumar as suas coisas e depois junta-se a mim, na cama do seu quarto. Os seus lábios colidem com os meus e eu não consigo evitar sorrir durante o beijo. Sentia-me tão bem quando estávamos assim, era como se mais nada importasse – nem os comentários das outras pessoas, nem o que as fãs dele pensavam de mim, nem mesmo a insistência dos meus pais sobre a nossa diferença de idades. Não importava nada. Éramos só nós.
"Tenho de te contar uma coisa." – falo.
"Diz." – Louis responde-me.
"Ontem, eu fui fazer uma coisa muito importante." – digo, sem saber muito bem por onde começar – "Eu fui falar com o Gonçalo, o meu ex-namorado." – sinto Louis ficar tenso, desviar o olhar, por isso coloco uma mão no seu peito e faço-o olhar para mim – "Não faças essa cara, eu só quis acabar com as guerras entre nós de uma vez por todas. Ele é uma boa pessoa, okay? Ele só é muito influenciável. Eu quero terminar este ano de consciência limpa, então eu quis ir resolver as coisas de uma vez por todas com ele. Além disso, é Natal, época de reconciliação. Está tudo bem, agora. Ele pediu-me desculpa e eu percebi que ele estava a ser honesto. Ele amadureceu bastante e, tal como eu, já seguiu em frente. O que aconteceu está no passado. Agora, somos só amigos."
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Dream | l.t. ☑
FanfictionNem sempre as coisas são como queremos. Nem sempre as coisas são como sonhamos. Na verdade, raramente as coisas são como queremos e sonhamos. E, às vezes, a vida resume-se só e apenas a isso: a um sonho, mesmo que ele nunca se tenha chegado a realiz...